A ruptura que o ser humano provoca consigo próprio ocorre quando acolhe como se fossem seus pensamentos alheios, pois deixa de viver de acordo com as ideias criadas dentro do seu corpo, as que poderia criar realmente, passando a viver a partir de ideias externas ao corpo, que só a sua mente pode imaginar, não podendo o corpo integrá-las, por não as reconhecer como suas.
A educação que é dada ao ser humano ensina-lhe que respeitar os pensamentos estabelecidos pela sociedade é a conduta adequada e digna de quem é boa pessoa. Por isso, despreza as ideias que intimamente poderiam ser criadas, em prol da cega aceitação do que se encontra em vigor, não procurando escutar as próprias ideias, deixando de se cumprir como pleno ser humano: tal como Portugal relativamente ao mundo.
O Homem, ao relacionar-se, confunde afectos com ideias, assim, a oposição que acontece ao nível intelectual é levada para o nível sentimental, não se estabelecendo relações verdadeiras pela ausência de total liberdade de cada um ser o que é. Tudo devido ao Homem pensar-se como sendo as próprias ideias, não se dando conta que vive num corpo real e não numa ideia imaginada, que ele é o ser que pensa e não o que pensa o ser. Todos os conflitos humanos são resultado do ser humano ter deixado de viver no corpo e passado a viver na mente, de se ter tornado uma ideia de ser humano.
Instigante.
ResponderEliminarConcordo com isso da caminhada para a humanidade ser longa. Mais do que vigilância, reciclagem e adestramento intelectual, sou pela revolução e depuração sentimental. Sentimentalmente, acho que ainda não inventámos a roda.
:) é ainda não... mas já faltou mais para descobri-la!
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