O tempo vai minguando no seu infinito abstracto,
esmagado por aglomerações flutuantes mas determinadas
no percurso promíscuo de sons e satélites únicos
que irão diminuir em compassos de ampulheta mutilada –
quando o germe adoecer e fôr engolido pela criação –
constelações irão desfalecer em fontes e regorgitar este
jogo multifacetado sob a forma dum camarão marinho
que suspirou e fez bolhinhas no fundo dos oceanos,
perdido entre brumas de aguda aglutinação primordial,
como a essência da força da gravidade num abismo.
Ouço sinos da tal voz indolente em tom revolucionário
com respostas de beleza utópica e acordes usados
ante o ramo duma oliveira, caroço maçã mosquito ou rosa
que explique todos os trauteares, basta agir ao olhar e ler
pureza sentida a fazer efeito, expandir-se austera
para lá dos horizontes do conhecimento dos morangos,
entre as inevitabilidades extremistas da memória
a razão imagina-se nas trocas intrínsecas respirando
mas, nada tudo foi porque do nascimento não nos lembramos,
são questões apenas segredadas diariamente sem cor.
À medida que letras se unem, conjuram e sucedem-se
criam raciocínios inerentes ao anterior último
e pintam, com a língua, seu próprio caminho invísivel
em comunhão com o escorregar de folha caída na relva sintética
como avalanche ansiolítica, atropelamento mútuo
de genético esquecimento, bisturi obsessivo por
lutar, existir em simultâneo com o acontecer de todos
os acasos que propagam e sorriem e encontram-se e
em magia transformam-se, seguindo o frémito necessário
e original, somente vislumbrável na unicidade anatómica.
No mundo em que fui cuspido muita teoria já cá vive e
verdadeiras pequenas descobertas perdem-se às recentes,
sob autoriedade empedrada do pós-bacharelato que nos cega,
prende a castração em coro às demagogias dum bem-comum de
entretenimento que não ajuda ninguém e, impede de esvoaçar
até ao ilimitado harmónico onde reflectirás atempadamente,
na companhia de borboletas parecidas, sobre os mistérios
da Natureza que admiramos e com quem queremos passear a
morte de criar nova pele doutro deus trabalhador, buracos negros
rodeados de palmeiras, cascatas e impossibilidades inexistentes.
Um é o número triangular que adormece vacas e vegetais
ao vogarem com códigos de barras instintivos no coração,
pretendem violentar visões na doçura territorial da sede
apreciando, sem dúvidas, o prazer fulcral do momento presente,
enquanto inspiram subjugamos, dispersando ebriedade constante
no corpo-cobaia, através dos devaneios da invenção das raças
trocam corridas homicidas na livre pradaria sub-sariana
por assentos, carros confortáveis e pastiches no centro comercial,
invejosos por não terem esperneado essa consciência ociosa
dirigida pela parabólica bolorenta do mesmo remoto fabricante.
Qualquer putrefacção procriada provém do sentimento imediato
cuja beleza intragável, é de tão onírica expressão que, só não será
fútil para a calmia do sismo emocional contido na insegurança
interior das contradições amargurantes que todos perseguem
com tormentos cinzento-gelado, relances de calor e mal-entendidos,
nesse ritmo das ancas erectas devemos aproveitar cada fímbria de verde ou
a predisposição sonhada nunca se construirá em narrativa, enquanto a
juventude ingrata propaga reverente e segrega regra contra o virus da velhice,
graças a ocasionais hábitos de revelações banais de sujas sagitárias,
desde o egoísmo do adeus até à plenitude permanente do remorso.
O barulho, toque do movimento é semelhante ao sabor
duma cereja a desabrochar como flôr amarela, felina no tojo
à deriva por entre a turbulência de vingativas ondas gigantes
na adrenalina de atingir uma ilha pacífica sem chá elitista,
onde nada se paga, ninguém corrompe sacro suor e trai
seus companheiros por miseráveis assoares bubónicos, são
mentes já obscurecidas por iates e bijutarias reconhecíveis, mais
todas suas divinais e dolorosamente omnipresentes expressões
fictícias de vida, lá longe o chocar dum ovo soa ao gemido duma orca
abandonando, comovida, as raízes sugadoras na solidão das árvores.
Minha família veio dum cometa televisivo, tal como quando
o baço exclama ao aspirar tocar no céu astral banalizado
e, nos lembramos da alforreca que a custo sobreviveu,
comendo-se a si mesma, pelo plâncton pré-fotossintético
que a engasgou, perto do centro, antes da primeira maçonaria
evaporar, contentou-se sendo lenda e originar missas modernas
que publicitam ser mais reais que signos luzídios, detêm
no cerne do seu seio de desejo mais antiquado e mal gasto,
este fumo de especiaria excedentária que hipnotiza a prescrever
insanamente, brincadeiras fugazes de quereres e consequências.
Observo os melros, bancos de jardim com cartas e copos de bagaço
comodistas, displicentes, arrogantes sãos afogados em mágoas
e doenças antigas que já só sentiram, desaparece o dia noctívago
sem calma, sem entusiasmo, sem esforço, no riso criticamos clones
desinteressados pelo sentido conhecido e sem atenção pela entidade,
deixa-se passar mais esta almofada como não se devia ter feito antes
e morre-se a acordar noutra geração sem reencarnação, quem afirma
peca obrigando o receio a recompôr rápido tanto defeito de fantasmas
falaciosos, atafulhos rasgados em lúxuria e poder d’intervenção impune
cravando a estaca na destinada estrela que sempre irá suspirar chão.
Ou então, fechemos as asas e olhos à informação masterizada
e vamos deixá-los tropeçar em ilusões de sorrisos simples
que atingem altas velocidades longe do asfalto conspurcado,
de mãos dadas com a chuva libertadora do fogo que assusta
e pariu o tempo, tal qual O zero vazio que contêm a luz ciclíca,
atordoante dádiva de vozes expectantes neste vórtice animalesco
incapaz de se rebaixar à condição de estar quieta na bicicleta,
aceita precisar mais querer perder-se no que abençoa, como
a trajectória inevitável dum beijo humano destinado a alado local
sem palavras, influenciado por todas as poeiras ocasionais
deste polivalente erro premeditado, a triunfante charada atómica
confluí na imagem de duas plantas numa, fodendo N0 pedestal.
obrigada por me lembrar disso!
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