Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
segunda-feira, 12 de maio de 2008
Ophyussae
sou um livro pendurado em ti.
uma leitura cada vez mais simples. um espaço sem dimensão.
uno. sensível.
e abro-me por ti na imensidão do amanhecer infinito.
A rainha das Serpentes Essa terra que Ulisses leva no olhar Despido de ilusão De Luso ser E vem escrever o mar Num livro infinito Partitura aberta em cima dum piano de estrelas. Navegar para o alto Assim comanda o vento.
Vá lá, não sejam mauzinhos, expliquem às pessoas de onde vem e em que consiste esta loucura chamada Portugal !... Porque às vezes convém explicar e nomear as coisas, até onde é possível...
-Ophyussae! Ophyussae! A Terra das Serpentes! A lenda ... O mito... eram verdadeiros! ...Lisboa dorme sobre uma grande serpente, enroscada em sete colinas!... A rainha Serpente! A Imperatriz Serpente! A serpente-oceano que trespassa mundos e seres que o não são! A alma oculta de Portugal e do Cosmos... O dragão do nosso escudo! O próprio espírito...
in "Línguas de Fogo" Paixão, Morte e Iluminação de Agostinho da Silva de Paulo Borges
"Uma tradição diz que Lisboa é a Serpente, rainha de Ophyussae, a Terra das Serpentes, petrificada ao ver partir o seu amante Ulisses... Assim teriam nascido as sete colinas sagradas..."
Só falta dizer que a primeira referência a Ophyussae vem na "Ora Marítima", de Avieno... Aí também se diz (cito de memória) que o litoral atlântico da península foi invadido por serpentes vindas do mar: daí o nome que, em grego, quer dizer "Terra das Serpentes"... A mesma obra refere tribos que aqui viveriam com nomes como Draganes e Saefes, Dragões e Serpentes... Dalila Pereira da Costa escreve sobre isso em "Da Serpente à Imaculada".
Mas a Serpente anda adormecida: quem a vem Despertar !?... E quem suportará o seu Despertar ?
Rio desta malta toda aqui a exibir a sua erudição e assim a reforçar o seu ago ainda mais, quando o propósito deste blogue é exactamente estimular a sua dissolução.
o poema vale o que vale, assim como os comentários, e foi postado não por questões de erudição ou dissolução da mesma. Poderá ser até um poema-post(a) de pescada. Não me compete avaliá-lo. É apenas uma homenagem que julgo que se enquadra no espírito do blogue, no qual tenho liberdade de escrita. Sem me querer justificar exponho o propósito.
Não con-venço. Só vejo. Se quiseres, não vendo. Porque nesta visão não há isto e aquilo, quem vê, o que vê e visão. Como na fusão amorosa. Deves saber do que falo, se és abismada.
Esse amanhecer é magnético e cintilante como o poço fundo de determinados olhares. Velocidade luz!
ResponderEliminarDifícil. Belo. Belo e difícil. Como em Platão. Será por causa da luz?
ResponderEliminarA rainha das Serpentes
ResponderEliminarEssa terra que Ulisses
leva no olhar
Despido de ilusão
De Luso ser
E vem escrever o mar
Num livro infinito
Partitura aberta
em cima dum piano de estrelas.
Navegar para o alto
Assim comanda o vento.
Alguém sabe o que é "Ophyussae" ? Eu sei, mas não digo.
ResponderEliminarEu também sinto, mas não digo.
ResponderEliminarEu também sei e sinto mas não digo!
ResponderEliminarVá lá, não sejam mauzinhos, expliquem às pessoas de onde vem e em que consiste esta loucura chamada Portugal !... Porque às vezes convém explicar e nomear as coisas, até onde é possível...
ResponderEliminarEnquanto fores uno sensível, a coisa não vai mal.
ResponderEliminar*
Como só sei de cor, vou parafrasear:
ResponderEliminar-Ophyussae! Ophyussae! A Terra das Serpentes! A lenda ... O mito... eram verdadeiros! ...Lisboa dorme sobre uma grande serpente, enroscada em sete colinas!... A rainha Serpente! A Imperatriz Serpente! A serpente-oceano que trespassa mundos e seres que o não são! A alma oculta de Portugal e do Cosmos... O dragão do nosso escudo! O próprio espírito...
in "Línguas de Fogo" Paixão, Morte e Iluminação de Agostinho da Silva
de Paulo Borges
"Uma tradição diz que Lisboa é a Serpente, rainha de Ophyussae, a Terra das Serpentes, petrificada ao ver partir o seu amante Ulisses... Assim teriam nascido as sete colinas sagradas..."
ResponderEliminarPaulo Borges
in Serpente Emplumada
muito bonito.
ResponderEliminarSó falta dizer que a primeira referência a Ophyussae vem na "Ora Marítima", de Avieno... Aí também se diz (cito de memória) que o litoral atlântico da península foi invadido por serpentes vindas do mar: daí o nome que, em grego, quer dizer "Terra das Serpentes"... A mesma obra refere tribos que aqui viveriam com nomes como Draganes e Saefes, Dragões e Serpentes... Dalila Pereira da Costa escreve sobre isso em "Da Serpente à Imaculada".
ResponderEliminarMas a Serpente anda adormecida: quem a vem Despertar !?... E quem suportará o seu Despertar ?
É só rir... só rir...
ResponderEliminarDe que te ris tu?
ResponderEliminarDo espanto, enquanto és violentamente engolida pela Grande Serpente e putrefacta vomitada numa lixeira?
Que comentário estranhíssimo! Podes especificar?
ResponderEliminarRio desta malta toda aqui a exibir a sua erudição e assim a reforçar o seu ago ainda mais, quando o propósito deste blogue é exactamente estimular a sua dissolução.
ResponderEliminarCaríssimos(as),
ResponderEliminaro poema vale o que vale, assim como os comentários, e foi postado não por questões de erudição ou dissolução da mesma.
Poderá ser até um poema-post(a) de pescada. Não me compete avaliá-lo. É apenas uma homenagem que julgo que se enquadra no espírito do blogue, no qual tenho liberdade de escrita.
Sem me querer justificar exponho o propósito.
Finalmente este blogue volta à sua boa vocação polémico-provocatória !... A Serpente andava um pouco adormecida...
ResponderEliminar"comentário estranhíssimo", porquê?
ResponderEliminarPensas que te dissolves e não voltas à lixeira?
Do lixo se faz luxo !
ResponderEliminarMas tiveste que "trabalhar" muito para seres "luxo", certo?
ResponderEliminarNão sei... O lixo, visto sem conceitos, já é luxo.
ResponderEliminarE como é que consegues ver sem conceitos, sem etiquetas, completamente livre da visão dualista?
ResponderEliminarVendo.
ResponderEliminarNão me convenceste mas, pronto! E ponto. Que não é final, assim tu o queiras...
ResponderEliminarE, ainda assim, aceito a tua resposta...
Não con-venço. Só vejo. Se quiseres, não vendo. Porque nesta visão não há isto e aquilo, quem vê, o que vê e visão. Como na fusão amorosa. Deves saber do que falo, se és abismada.
ResponderEliminarNaturalmente. Assim, sim ... estava a ver que não te explicavas!
ResponderEliminarIsto não é para explicar e sim para vivenciar. E tu: abismas-te mesmo ? Como fazes ?
ResponderEliminarBolas, apanhaste-me! Falo contigo depois... agora, não tenho tempo!
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