quinta-feira, 29 de maio de 2008

Depois dos Jardins

Trabalho de Mariana e Fábio "Comment peut-on être angélique
Enfant, si tu veux être un ange, tu peux l'être tout de suite:
Et comment? Ils vivent toujours dans l'inconfort"
Silesius, Le Voyageur Chérubinique, II, 167
&
" Ce qu'est l'humanité
Tu demandes ce qu'est l'humanité?
Je te le dis: c'est la surangélité."
Silesius, Le Voyageur Chérubinique, II, 44

6 comentários:

  1. Isabel,

    A voz de Silesius deixa-me sempre muda. O silêncio permite a escuta e a mudez é uma forma de oração, se essa oração puder tranformar o íntimo do que ora n'Aquele a quem se ora. (Palavra de Silesius).
    Em silêncio possa eu esvaziar o coração!
    Olhar os anjos, depois do jardim.

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  2. "Se se considera uma mosca em Deus, ela é muito mais nobre aí do que o anjo mais elevado o é em si mesmo" - Mestre Eckhart, Sermão 12.

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  3. Oh...se eu fosse a mosca...
    mas nem asinhas de mosca, só o seu ruído na distância absoluta a Deus.
    Mas creio perceber: no que quer que seja em que somos e sob que forma for podemos essa proximidade, essa morada.
    Obrigada boa provocação por mo lembrar com a beleza e a sabedoria de EcKhart. Muita da sua também. Mas os anjos têm uma ressonância silenciosa que me afecta e faz estremecer. São uma visão interior, o Sonho mais recorrente. Uma comoção, uma emoção solitária que me confronta com as minhas imperfeições. É por isso que gosto deste, estilhaçado, quebrado, requebrado...no inconforto de uma condição. Mas ainda à procura de alguma...a perder todas...não sei. Mas gostei do que deixou para pensar. Vou ver mesmo onde é estou. Aqui, ali, fora de mim, em Deus, fora de Deus, algures em nenhures...a cada "tempo de poder não ter nascido"...oh! um sorriso muito agradecido pela provocação.
    Tarde muito feliz.

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  4. "Tudo o que Deus alguma vez deu ao seu Filho único, mo deu tão perfeitamente como a ele, não menos, e mais ainda [...]" - Mestre Eckhart, Sermão 25.

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  5. Sobre esse excerto de quem tem vocação e para outra vocação, como a de Weil, encontro já asas de mosca para os ligar. Muitos sorrisos. Mas como se sorri para uma vocação, se uma vocação é uma voz? Será que as vozes vêem?
    Acredito que as vozes ouvem a música celestial dos sorrisos e vêem o invisível aos olhos.
    "Tudo o que faz crescer a energia vital em nós é como o pão através do qual Cristo agradece aos justos; todos os golpes, feridas e mutilações são como uma pedra lançada sobre nós pela mão do próprio Cristo. Pão e pedra vêm de Cristo e ao penetrarem o interior do nosso ser fazem entrar Cristo em nós. Pão e pedra são amor. (...) Se posúímos uma armadura capaz de proteger a nossa alma contra as pedras lançadas por Cristo, devemos tirá-la e deitá-la fora." Weil, Formas de Amor Implícito a Deus
    Assim Weil e Eckhart pensam que o homem pode e deve pedir para ser como Cristo. Por não haver distinção entre a sua divindade e a nossa humanidade. Essa é a vocação. Um, a de ser homem, outro a de ser divino.
    Agora espero a voz...veio a provocação, veio a vocação...e a voz?

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