Assim, o meu primeiro post pós-ressurreição é um poema de Daio Kokushi, que encontro na obra "Textos budistas e zen-budistas", da editora Cultrix. O poema faz-me lembrar um pouco o espírito taoísta que encontro no "Tao Te King". Aqui vai:
"Há uma realidade mesmo anterior ao Céu e à Terra.
Evidentemente, ela não tem forma, muito menos um nome;
Os olhos falham em enxergá-la,
Ela não tem voz que os ouvidos possam captar.
Chamá-la Buda ou Mente viola sua natureza,
Pois ela então se torna uma ilusória flor no espaço;
Ela não é mente, nem Buda;
Absolutamente tranquila e ainda brilhando de misteriosa maneira,
Ela só se deixa perceber por um olhar puro.
Ela é o Darma completamente além da forma e do som.
Ela é o Caminho que nada tem a ver com palavras.
Querendo atrair o cego,
O Buda divertidamente deixou palavras
Escaparem de sua boca dourada;
Céus e terra então se emaranharam em ramos de roseira brava.
Ó meus bons e respeitáveis amigos aqui reunidos!
Se desejardes ouvir a estrondosa voz do Darma,
Esgotai vossas palavras, esvaziai vossos pensamentos,
Só então podereis reconhecer essa Essência Una,
Pois assim diz o irmão Hui: - 'A Lei de Buda,
Não é para ser abandonada aos meros pareceres humanos.'"
É isso que este blogue e todos nós somos: ilusórias flores no espaço, ele mesmo ilusório...
ResponderEliminarAnónimo
ResponderEliminarCamélia
Se é tudo ilusório a existência nada é.
Nesse caso não se entende a verdadeira causa pela qual vimos à terra.
Devemos descobrir que tudo é ilusão ou procurar segredar ao som do mistério duma flor...
Importa descobrir as maravilhas do mundo que são vastissimas...
Se tudo é ilusório ninguém veio à terra que não há... Mas isso não anula as vastíssimas maravilhas de tantos fenómenos e, sobretudo, de tanta mente a crer ser real...
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