Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
domingo, 9 de março de 2008
Permanecendo no caminho para casa
Ele, no fundo, procurava o conhecimento que salva, salvar-se, mas de quê? Eu acho que ele procurava acima de tudo salvar-se de ser isto, porque queria algo mais, o "isto" limitava-o. Ele queria ser ilimitado - uma ilimitação de poder. Nunca na vida tinha visto, nem viria a ver, algo ilimitado, espacial ou temporalmente. Mas ele imaginava-o, e ora o imaginava como isto, ora como aquilo, mas imaginava-o. O que o incomodava não era, na verdade, ser isto, porque tudo é um isto, mas um isto específico, não poder ser um isto indefinido, que pudesse ser todas as coisas ou nenhumas. Trazia consigo a vontade de ser Deus e mais alguma coisa. Na sua natureza, Deus, que permanecia, no entanto, um conceito estranho à sua compreensão, porque ora o era, ora o não era. Ele não podia ser Deus, mas queria ser algo mais do que um isto mundano, poeira que logo se extingue. Sonhava ter em si ou participar em algo imortal. Procurava, apaixonadamente, a raíz de todas as coisas e seria o Seu conhecimento que o salvaria, esse novo estado em que ficaria, de luz e de graça, completamente resplandecente.
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