Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
domingo, 17 de fevereiro de 2008
Todos os desertos são multidões esquecidas de se enumerar....
Curioso ! Esta fotografia é como a forma como te vestes! Não sei explicar mas sente-se... é também uma imagem do teu rosto-alma.Porque não a utilizas para o BI? Assim andavas com a alma mais a nu isto é, com o rosto mais despido!
Já me informei, a D.G.R.N. não aceita fotografias de corpo inteiro. Os nus, ainda que, artísticos, também estão fora de questão. As almas não são reconhecidas e não têm direito de cidadania na República Portuguesa. Francamente, ainda chamam a isto democracia!
Desertos, desertos e desertos... E sobre os desertos, A sepente circula: Está em cima Mas não passou por lá... Está em baixo, Mas ultrapassou-o sem deixar vestígio: Grandes são os desertos, ó minha alma!... Grandes são as almas, ó deserto de mim!...
"Onde é a minha morada ? Onde eu e tu não estamos. Onde é o meu fim último, para o qual devo ir ? Aí onde nenhum se encontra. Para onde irei então ? Devo ir ainda além de Deus, para um deserto.
- Angelus Silesius, "Peregrino Querubínico", I, 7.
Ainda bem que lembrou Silesius:«A rosa não tem porquê. Floresce porque floresce. Não cuida de si mesma. Nem pergunta se alguém a vê...". Vêm-me à memória outros ecos: «Olhai os lírios do campo...(...)» Que bela evocção! Obrigado. Ainda o deserto onde a serpente deixa o rasto, zero infinito ou o oito deitado? «Além-Deus, Além-Deus!».
O oito deitado inscreve-se no zero infinito como a imitação que o nega duplicando-o: Uroboros apenas simula, mas nada tem a ver com a serpente que voa sem rasto e sem direcção, sem partir nem chegar.
Vou transcrer a citação de entrada do blogue: "Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...].
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"
Fernando Pessoa, «O Caminho da Serpente»
... a de Silesius:
«Aí onde nenhum se encontra. Para onde irei então ? Devo ir ainda além de Deus, para um deserto.»
Muito bem!Uma articulação feliz entre o que se mostra e o que se diz!
ResponderEliminarCurioso ! Esta fotografia é como a forma como te vestes! Não sei explicar mas sente-se... é também uma imagem do teu rosto-alma.Porque não a utilizas para o BI? Assim andavas com a alma mais a nu isto é, com o rosto mais despido!
ResponderEliminarJá me informei, a D.G.R.N. não aceita fotografias de corpo inteiro. Os nus, ainda que, artísticos, também estão fora de questão. As almas não são reconhecidas e não têm direito de cidadania na República Portuguesa. Francamente, ainda chamam a isto democracia!
ResponderEliminarNo ponto
ResponderEliminarDesertos, desertos e desertos...
ResponderEliminarE sobre os desertos,
A sepente circula:
Está em cima
Mas não passou por lá...
Está em baixo,
Mas ultrapassou-o sem deixar vestígio: Grandes são os desertos, ó minha alma!...
Grandes são as almas, ó deserto de mim!...
Desertos de nós, somos infinitos. Deserto de mim, a tudo incluo.
ResponderEliminar"Deve-se ir ainda além de Deus"
ResponderEliminar"Onde é a minha morada ? Onde eu e tu não estamos.
Onde é o meu fim último, para o qual devo ir ?
Aí onde nenhum se encontra. Para onde irei então ?
Devo ir ainda além de Deus, para um deserto.
- Angelus Silesius, "Peregrino Querubínico", I, 7.
Ainda bem que lembrou Silesius:«A rosa não tem porquê. Floresce porque floresce. Não cuida de si mesma. Nem pergunta se alguém a vê...".
ResponderEliminarVêm-me à memória outros ecos: «Olhai os lírios do campo...(...)»
Que bela evocção! Obrigado.
Ainda o deserto onde a serpente deixa o rasto, zero infinito ou o oito deitado?
«Além-Deus, Além-Deus!».
O oito deitado inscreve-se no zero infinito como a imitação que o nega duplicando-o: Uroboros apenas simula, mas nada tem a ver com a serpente que voa sem rasto e sem direcção, sem partir nem chegar.
ResponderEliminarCaro Paulo Borges,
ResponderEliminarVou transcrer a citação de entrada do blogue: "Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...].
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"
Fernando Pessoa, «O Caminho da Serpente»
... a de Silesius:
«Aí onde nenhum se encontra. Para onde irei então ?
Devo ir ainda além de Deus, para um deserto.»
Chegar aí, de fora,é o que eu digo.
Saudações
Curioso aquele "transcrer" no lugar de "transcrever". Não há, de facto, acasos... talvez só casos.
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