domingo, 17 de fevereiro de 2008


Todos os desertos são multidões esquecidas de se enumerar....

11 comentários:

  1. Muito bem!Uma articulação feliz entre o que se mostra e o que se diz!

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  2. Curioso ! Esta fotografia é como a forma como te vestes! Não sei explicar mas sente-se... é também uma imagem do teu rosto-alma.Porque não a utilizas para o BI? Assim andavas com a alma mais a nu isto é, com o rosto mais despido!

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  3. Já me informei, a D.G.R.N. não aceita fotografias de corpo inteiro. Os nus, ainda que, artísticos, também estão fora de questão. As almas não são reconhecidas e não têm direito de cidadania na República Portuguesa. Francamente, ainda chamam a isto democracia!

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  4. Desertos, desertos e desertos...
    E sobre os desertos,
    A sepente circula:
    Está em cima
    Mas não passou por lá...
    Está em baixo,
    Mas ultrapassou-o sem deixar vestígio: Grandes são os desertos, ó minha alma!...
    Grandes são as almas, ó deserto de mim!...

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  5. Desertos de nós, somos infinitos. Deserto de mim, a tudo incluo.

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  6. "Deve-se ir ainda além de Deus"

    "Onde é a minha morada ? Onde eu e tu não estamos.
    Onde é o meu fim último, para o qual devo ir ?
    Aí onde nenhum se encontra. Para onde irei então ?
    Devo ir ainda além de Deus, para um deserto.

    - Angelus Silesius, "Peregrino Querubínico", I, 7.

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  7. Ainda bem que lembrou Silesius:«A rosa não tem porquê. Floresce porque floresce. Não cuida de si mesma. Nem pergunta se alguém a vê...".
    Vêm-me à memória outros ecos: «Olhai os lírios do campo...(...)»
    Que bela evocção! Obrigado.
    Ainda o deserto onde a serpente deixa o rasto, zero infinito ou o oito deitado?
    «Além-Deus, Além-Deus!».

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  8. O oito deitado inscreve-se no zero infinito como a imitação que o nega duplicando-o: Uroboros apenas simula, mas nada tem a ver com a serpente que voa sem rasto e sem direcção, sem partir nem chegar.

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  9. Caro Paulo Borges,

    Vou transcrer a citação de entrada do blogue: "Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...].

    E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

    Fernando Pessoa, «O Caminho da Serpente»

    ... a de Silesius:

    «Aí onde nenhum se encontra. Para onde irei então ?
    Devo ir ainda além de Deus, para um deserto.»

    Chegar aí, de fora,é o que eu digo.

    Saudações

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  10. Curioso aquele "transcrer" no lugar de "transcrever". Não há, de facto, acasos... talvez só casos.

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