Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008
A palavra (III)
As palavras são a substância dúctil do silêncio. Elas tangem as esferas onde o desejo decanta o movimento. O declínio do fogo começa na elocução tardia da sua deflagração. Nenhuma palavra arde sem abrir na pedra os veios fundos da transparência.
Oh deuses! Tomados pela palavra emplumada, chamando os outros mil nomes à serpente, procurando o antiquíssimo jardim, reunes no caminho, os que em separado li e a quem a minha alma sorriu. Obriga-los ao mesmo destino: ao Belo, ao Bem e ao Justo. Abrigas a minha esperança de que escutarei depois da morte e já em vida os que sabem e sobem a escada invisível que Babel e o ruído não destruiram. Este sim é dia de Caranaval: aqui está um Diónisos vestido de João e uma Mariana apolínea, domadora de instintos. Oiço-vos e oiço a flauta e a lira. Que festa na minha alma...Que o destino reuna os seus.
Há palavras que não ateiam mais.
ResponderEliminarPalavras sem anelo de chama.
Não são fogo, nem fumo.
São sem lume, sem flama.
Não chama(m)
Não evocam.
Não fundam o oculto.
Palavras baças. Apagadas em si.
-
Há as palavras perdidas.
Que penetram e partem.
Que se ausentam.
Em extinção.
Ninguém as escuta.
Aqui são Luz que inflama.
Um clarão de quem escreve a palavra das palavras perdidas.
Oh deuses! Tomados pela palavra emplumada, chamando os outros mil nomes à serpente, procurando o antiquíssimo jardim, reunes no caminho, os que em separado li e a quem a minha alma sorriu. Obriga-los ao mesmo destino: ao Belo, ao Bem e ao Justo. Abrigas a minha esperança de que escutarei depois da morte e já em vida os que sabem e sobem a escada invisível que Babel e o ruído não destruiram.
ResponderEliminarEste sim é dia de Caranaval: aqui está um Diónisos vestido de João e uma Mariana apolínea, domadora de instintos. Oiço-vos e oiço a flauta e a lira. Que festa na minha alma...Que o destino reuna os seus.