... a "Casta Severa desencoberta" nao teve outro remedio senao voltar a carga (e, imaginem, de um computador da faculdade em pleno ninho do puritanismo WASP, a desavergonhada;-) ...)
Desperta-me de Noite (Maria Teresa Horta)
DESPERTA-ME DE NOITE
O TEU DESEJO
NA VAGA DOS TEUS DEDOS
COM QUE VERGAS
O SONO EM QUE ME DEITO
É REDE A TUA LINGUA
EM SUA TEIA
É VICIO AS PALAVRAS
COM QUE FALAS
A TRÉGUA
A ENTREGA
O DISFARCE
E LEMBRAS OS MEUS OMBROS
DOCEMENTE
NA DOBRA DO LENÇOL QUE DESFAZES
DESPERTA-ME DE NOITE
COM O TEU CORPO
TIRAS-ME DO SONO
ONDE RESVALO
E EU POUCO A POUCO
VOU REPELINDO A NOITE
E TU DENTRO DE MIM
VAIS DESCOBRINDO VALES.
Ana Margarida,
ResponderEliminarSiga para o comentário designado: «No fundo..»
Estou lá.
Não queremos que inocentes se sintam constrangidos.
ResponderEliminarO poema é lindo.
Isso mesmo Margarida ! Lindo...
ResponderEliminarCasto Severo estará no Olimpo contemplando ainda o "Riso de Eros" ?
Movem-se as almas no rio/Vela o barqueiro do céu/Vai sem velas o navio/Leva outro ser que não eu.//
ResponderEliminarAbismo, mar, noite escura/Perdidos na escuridão/Segue ao leme a criatura/Que é sombra da minha mão//
Seque o mar e o se se ponha/Não tenho medo da morte/Quem ama não morre, sonha/Uma estrela acesa ao norte//
Uma pousada, um abrigo/Dentro de nós vem morar/Mesmo o rio em que não sigo/Entrega as águas ao mar./
Não... ia para dizer... mas arrependi-me...
ResponderEliminarFizeste bem, alma obscura, fizeste bem...
ResponderEliminarOnde está o comentário designado "no fundo"?
ResponderEliminarQue "obscuro" mais obscuro;-) ...
Eu não sou...
ResponderEliminar“Eu não sou nem cristão nem judeu, nem persa nem muçulmano.
Eu não sou nem do Oriente nem do Ocidente, nem da terra nem do mar.
Eu não sou nem da natureza nem dos céus envolventes;
Eu não sou nem da terra nem da água, nem do ar nem do fogo;
Eu não sou nem do império nem da poeira, nem da existência nem da entidade.
Eu não sou da Índia nem da China, nem dos Búlgaros nem de Saqsin
Eu não sou nem do reino do Iraque, nem da terra de Khurasan.
Eu não sou nem deste mundo nem do outro, nem do Paraíso nem do Inferno.
Eu não sou nem de Adão nem de Eva, nem do Éden nem de Rizwan.
O meu lugar é a ausência de lugar, o meu rasto é a ausência de rasto.
Eu não sou nem corpo nem alma, porque pertenço à alma do Bem-Amado.
Eu libertei-me da dualidade, eu vi que os dois mundos são um só;
Eu busco o Uno, conheço o Uno, vejo o Uno, chamo o Uno.
Ele é o primeiro, Ele é o último, Ele é o exterior, Ele é o interior.
Eu não conheço ninguém a não ser Ele.
Eu estou intoxicado pela taça do amor; os dois mundos
passaram fora da minha vista.
Nada mais tenho a fazer, se não festejar e alegrar-me.
Se passei na minha vida um só instante sem ti,
Toda a vida me arrependo desse tempo e dessa hora.
Se mereço passar neste mundo um só instante contigo,
Eu calcarei com os pés esses dois mundos, dançarei triunfalmente para sempre.”
- Jalâloddîn Rûmî
Belíssimo poema, o da "alma do obscuro", talvez dos melhores que já apareceram neste blogue. Não quer publicá-lo nos posts, em vez de ser nos comentários?
ResponderEliminarCaro Duarte e Obscuro,
ResponderEliminareste poema de Jalâloddîn Rûmî já foi publicado neste blogue, nos comentários em resposta ao Rev. Robert H. Levermore...
23/01/2008 ver "Os Amores do Redentor" por Paulo Borges... mas acho bem que o publiquem nos posts... é muito bonito !
Peço desculpa a ambos... (Duarte e Obscuro), o poema é duma alma obscurecida... tanto mais que teima em não se revelar... Obrigada "alma do obscuro" pelos teus poemas lindos !
ResponderEliminarGrato pelos vossos posts. O seu a seu dono. É preciso estar atento, ser bom observador e dedutivo para não fazer confusão. Esclareço:
ResponderEliminarO pema postado pela "alma do obscuro" é da autoria dessa mesma alma. O poema postado pelo «o Obscuro" intitulado «Eu não sou...» vem com a assinatura do seu autor e esta transcrito com aspas, que é para isso que elas existem.
Caro Duarte d. Braga, agradeço da mesma maneira as suas palavras e o seu convite.
Cara "artemis a mais pura e casta", percebi que tem seguido este blogue há bastante tempo, provavelmente o último poema a que me refiro, aqui,«Eu não sou», já terá sido postado anteriormente por Paulo Borges, que, penso, o amará, como eu o amo.
Mas com tantas máscaras é possível que se confundam as personalidades e as autorias. Gostava que assim não fosse.
Quanto ao convite para ir pela "estrada larga" já respondi a Paulo Borges que "ainda é cedo... ainda acedo"... também gosto de ir pelos atalhos, a sentir a paisagem.
Obrigado pelas vossas palavras.
Um abraço
Um sorriso:)
Muita Paz
Caro Obscuro, em momento algum houve dúvida quanto à autoria do poema "Eu não sou..." além de aspado está devidamente identificado !
ResponderEliminarPedi desculpa a ambos porque o Duarte referia o primeiro poema e não este... seja como for, os dois são dignos de ser postados... um dia desses... quem sabe, quando deixar a "paisagem dos atalhos" ! Peço desculpa mais uma vez, não pretendia gerar confusão.
Quando falei da beleza do poema referia-me ao poema com o incipit: "Movem-se as almas no rio", e não ao poema de Rumi, que já havia aparecido. Fico à espera de mais poemas.
ResponderEliminarquando escrevi: Obrigada "alma do obscuro" pelos teus poemas lindos !, referia-me a todos os poemas que tens partilhado connosco durante estes dias !
ResponderEliminarEstá claríssimo.
ResponderEliminarVou passando por cá, já se vai tornando um hábito...Para mim, um exercício mental e um estímulo... Se para vós constitui um prazer e um bálsamo, só tenho que exultar com isso.
Um abraço