Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
O casal mal se toca Mas o espaço que está entre eles Vibra mais do que um violino. Apenas um dedo a roçar outro dedo... Não se sente a pressão Mas o mundo inteiro foi tocado.
"Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio. / Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos / Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas. / (Enlacemos as mãos.)"
De facto, agora a vida ao teu lado, Ricardo, é um sossego! Este rio imenso onde o sol se deita já é tudo e nem mesmo precisamos nele mergulhar. Com Nietzsche e o seu fascínio pelos cumes da vida, as estrelas bailarinas arrancadas ao caos com os violinos de Dionísio a darem o mote, a vida era um continuo sobressalto no fio da navalha embora a paz quando surgia, parecia ainda mais imponente e a luz mais resplandecente. Mas depois de tudo e por um erro de calculo, caí como Ícaro dos cumes, no chão duro da realidade. Agora não tenho asas mas vivo feliz com os pés no chão e o desenrolar morno dos dias, à luz de um amor possível que me alumia. Estas águas levaram as ilusões da juventude, mas os insectos continuam neste vasto mundo fora a morrer na noite, fascinados pela luz dos faróis dos automóveis que passam. Também eles sabem que a noite é o seio da luz mais pura e cristalina, mas quase sempre ficam esmagados por a imensa sede que os precipita.
O casal mal se toca
ResponderEliminarMas o espaço que está entre eles
Vibra mais do que um violino.
Apenas um dedo a roçar outro dedo...
Não se sente a pressão
Mas o mundo inteiro foi tocado.
Interessante imagem!
"Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio. / Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos / Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas. / (Enlacemos as mãos.)"
ResponderEliminar«O amor é uma companhia.
ResponderEliminarJá não sei andar só pelos caminhos,»
(...)
De facto, agora a vida ao teu lado, Ricardo, é um sossego! Este rio imenso onde o sol se deita já é tudo e nem mesmo precisamos nele mergulhar. Com Nietzsche e o seu fascínio pelos cumes da vida, as estrelas bailarinas arrancadas ao caos com os violinos de Dionísio a darem o mote, a vida era um continuo sobressalto no fio da navalha embora a paz quando surgia, parecia ainda mais imponente e a luz mais resplandecente. Mas depois de tudo e por um erro de calculo, caí como Ícaro dos cumes, no chão duro da realidade. Agora não tenho asas mas vivo feliz com os pés no chão e o desenrolar morno dos dias, à luz de um amor possível que me alumia. Estas águas levaram as ilusões da juventude, mas os insectos continuam neste vasto mundo fora a morrer na noite, fascinados pela luz dos faróis dos automóveis que passam. Também eles sabem que a noite é o seio da luz mais pura e cristalina, mas quase sempre ficam esmagados por a imensa sede que os precipita.
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