Do fundo sem fundo de Todo o Mundo vimos
Ao puro Ninguém lestos tornamos
Corações ao almo Esplendor erguidos
Néctar abunde, taças sejamos !
Da ronda do existir desprendidos
Saudade só da Grande Imensidão
Amor reúna os divididos
Amor ressuscite da mortal ilusão !
Sol e Lua, Prata e Ouro fundidos
Núpcias eternas de sábia compaixão
Adamantina folia bailemos
De delícias Jardim o coração !
Fonte de eterna juventude lesta corra
Gaia ciência do Infinito Esplendor
Dela vazios e nus nos inebriemos
Do mais puro e ardente frescor !
Corações taças ao Alto
Flamejante néctar ofertamos
Por que todo o ser livre seja
Bebamos, Irmãos, bebamos !
(in Línguas de Fogo)
Por mim não preciso: desde que deixei de beber, não consigo senão andar embriagado.
ResponderEliminarSer a taça
ResponderEliminarser o Graal
trazer a lembrança
do porto
de lugar nenhum
que é sermos Portugal
ébrio, louco, absorto
infindo, todo-um
afeito à Graça
e à Perdição
vivo e morto
sem contradição
Ora, a isto se chama pensar cantando! Não é a Folia viver demencialmente perto do fogo que é espiríto, Espírito Santo?
ResponderEliminarDevia haver e há, suponho, um estado interior, da mente, chamado "folialmente" como há jovialmente...mas não sei se os jovens conhecem a folia do espírito...
Deixem-me juntar ao coro ! Mas de taça na mão: é a única forma de me manter sóbrio !... Saúde !
ResponderEliminarÉ pá, isto está a animar ! Assim até eu reapareço !... Já chateava, só conversa intelectual sobre a mente e a consciência !... Com aqueles gajos todos que não existem mas andam sempre aqui a botar sentenças e os nus e despidos que se vestem muito bem ao espelho... Para não falar dos obscuros que andam mas é a ver se engatam com uns versos as miúdas incautas que saem à noite nos blogues... Topam !?
ResponderEliminarBom, conhecem este poema ? É cá dum compincha meu do Alentejo e da tasca do Tizé: "Hoje tenho a taça do vinho matinal na mão /
Caio e levanto-me, embriago-me /
Estou ébrio e sou muito pequeno junto deste cipreste altivo /
Converto-me em nada, de modo que não exista nada mais que Ele". Como já estava bêbedo, trocou "chaparro" por "cipreste"... Mas "Ele" é mesmo Ele, que o pessoal aqui é muito místico e os copos ajudam ! Sobretudo pela manhã, pra matar o bicho, como foi o caso !
Viva a Liberdade!
ResponderEliminarApoiado ! Vá sirvam-se de mim... vamos todos p'rós copos pela noite fora até ao amanhecer !
ResponderEliminarManuelinho, muito obrigada pela sugestao da tasca do Tize;-)! e la mesmo que eu quero ir para a jantaranha vinhenta e fadista ca c'a malta da Serpente quando eu vier a Portugal no final de Maio.
ResponderEliminarTu seras o cicerone ...
Levantemos as taças
ResponderEliminarQue o Tizé é rijo
Um tintinho com passas
É o mínimo que exijo
E se o Espírito Santo voar
E já não conseguir fazer o quatro
Caso não é p'ra gente chorar
Vamos mais cedo para o "qua(r)to"
Guidinhas, Joaninhas e o Luar
E as bacantes todas do Universo
Em minha honra iremos dançar
Pode ser em prosa ou em verso.
Levantemos as taças
Que o Tizé é rijo
Um tintinho com passas
E um avental pr'o m...
Uma Canção de Beber de Omar Kayyam
ResponderEliminar"You know, my Friends, how long since in my House
For a new Marriage I did make Carouse:
Divorced old barren Reason from my Bed,
And took the Daughter of the Vine to spouse."
Outra taça ainda:
ResponderEliminar"Waste not your Hour, nor in the vain pursuit
Of This and That endeavour and dispute:
Better be merry with the fruitful Grape
Than sadden after none, or bitter, Fruit."
Dedicada ao "Mnuelinho"
Mais duas:
ResponderEliminar"There was the Door to which I found no Key:
There was the Veil through which I could not see:
Some little talk awhile of ME and THEE
There was - and then no more of THEE and ME."
"Then of the THEE in ME who works behind
The Veil of Universe I cried to find
A Lamp to guide me through the darkness; and
Something then said - ‘an Understanding blind’. "
O Pessoa, ele mesmo, também gosta de canções de beber, est é de sua autoria:
ResponderEliminar"Não digas que, sepulto, já não sente
O corpo, ou que a alma vive eternamente.
Que sabes tu do que não sabes? Bebe!
Só tens de certo o nada do presente.
Depois da noite, ergue-se do remoto
Oriente, com um ar de ser ignoto,
Frio, o crepúsculo da madrugada...
Do nada do meu sono ignaro broto.
Deixa aos que buscam o buscar, e a quem
Busca buscar julgar que busca bem.
Que temos nós com Deus e ele connosco?
Com qualquer coisa o que é que uma outra tem?
Sultão após sultão esta cidade
Passou, e hora após hora a vida, que há-de
Durar nela enquanto ela aqui durar,
Nem ao sultão ou a nós deu a verdade."