terça-feira, 22 de janeiro de 2008

A todos os Amantes que em Verdade se sabem perder

"[falando da iluminação do Buda, com a mulher, antes de abandonar o palácio]
Junto com Gopa, ele experimentou a beatitude.
Unindo o ceptro de diamante e o lótus,
Alcançou o fruto da beatitude.
A Budeidade é obtida a partir da beatitude e,
na separação das mulheres, não haverá beatitude"
- Candamaharosana-tantra

"O homem [vê] a mulher como uma deusa,
A mulher [vê] o homem como um deus.
Unindo o ceptro de diamante e o lótus,
devem fazer oferendas mútuas.
Não há adoração a não ser esta"- Ibid.

"O prazer humano, com as características que o identificam,
É isso mesmo que,
Quando se removem as características,
Se converte em êxtase espiritual,
Livre de pensamento conceptual,
A própria essência da sabedoria auto-emergente"
- Sahajayoginicinta

"Cessamos de saber quem é o outro
E o que nos aconteceu.
Os amantes experimentam uma beatitude inexprimível,
Nunca antes experimentada"- Id.

(Ver "Experiência sexual e iluminação na tradição tântrica", em www.pauloborges.net / textos)

11 comentários:

  1. Então o Buda não atingiu a Iluminação depois de renunciar à família, ao palácio e ao mundo !?... Vêm agora dizer que a atingiu na cama, com a mulher !?... Que raio de budismo é este !?... Se isso fosse assim, já estávamos todos iluminados !

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  2. A questão é se sabemos ir para a cama...

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  3. Pois é, pois é, há várias maneiras de ir para a cama:

    - Há o ir para a cama para foder, muito parecido com a masturbação, só que requer um bocadinho mais de esforço e ficamos tod@s com a ideia que somos uns/umas grandes conquistador@s;

    - Há o ir para a cama para fazer bébés, em épocas aterradoras em que os rapazes têm de se conter durante dias a fio para depois cumprir, maquinalmente, a obrigação mensal de montar a patroa quando esta está no periodo fértil;

    - Há o ir para a cama para fazer amor, quando estamos fascinad@s ou explodindo de ternura por alguém e queremos sorver e ser sorvidos em todas as nossas moléculas ... Queremos fazer essa pessoa nossa, e que essa pessoa nos faça seu/sua também;

    - Há o ir para a cama para nos abandonarmos e nos transcendermos. É como fazer amor, mas sem desejo de posse, sem a sofreguidão de querermos ser @ únic@ ... Aí sim, se atinge a plenitude do amar transcendendo tudo aquilo que há no amor de sentença de prisão.

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  4. Meeeeeeeeeeeeooooooooooooooooowwwwwwwwwwwwwwooooooooooooooowwwwwwwwwwwwoooooooooooowwwwwwwwwwwwwwwwwwwwooooooooooooooowwwwwwwwwwwwwwwwwwwwww

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  5. A sexualidade pode ser de facto orientada como via de libertação... Mas não é um caminho único nem para todos. Implica saber utilizar energias subtis extremamente poderosas e... tê-las ainda disponíveis... Implica estar livre de apegos e paixões comuns... Implica tudo aquilo que é raro e difícil... Brincar com o fogo pode queimar...

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  6. Por isso a humanidade se reproduz, em vez de ganhar asas e fundir-se no Infinito ! A reprodução da espécie é a imitação possível da eternidade para quem não sabe ou consegue melhor...

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  7. Duvido muito desta versão dionisíaca do budismo... Então o Buda não ensinou que a causa da dor era o desejo !?...

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  8. Há outras leituras, segundo as quais a causa da dor não é o desejo, mas sim o desejo possessivo, o apego. E, segundo os Tantras, é pela energia do desejo que a própria possessividade e a própria ilusão do eu separado se pode abolir. Acho que é disso que estes textos falam.

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  9. Iluminação, Beatitude, Mantras, Sutras e "outras leituras"... talvez fosse apropriado nós lermos "Línguas de Fogo" do Professor Paulo Borges, para quem ainda não leu... deixo-vos umas linhas: "E a divindade masculina, ao som do mantra proferido em conjunto e mantendo a visão pura, após contemplar absorta o imaculado lótus ante si plenamente exposto, aberto e dasabrochado, aflora-o e unge-o com a vibrante ponta do ceptro erguido para logo nele lentamente entrar, tomando aí refúgio e reconhecendo-se no Buda, no Dharma e na Shangha, na vacuidade, sabedoria e compaixão incarnadas nas três pétalas daquela Tripla Jóia, pura e cósmica matriz do Despertar. O ceptro de diamante irrompe na Terra Pura como bandeira de vitória tremulando ao vento da beatitude inebriante. Dançam insubstanciais e luminosos, livres de si e de tudo, a grande dança irreal e feérica, o grande jogo, ilusório e sublime, das miríades de aparências vazias e cintilantes do mundo. Conjugam o sopro, ritmam o entrar e sair e são o universo coração vivo a pulsar, a bem-aventurada e iluminada flor da vacuidade irradiante. Multiplicam-se numa vertiginosa e fabulosa profusão de emanações de dividades em bem-aventurado amplexo, assentes sobre lótus, sol e lua, que a reverberar o mantra vão fundir-se no corpo, na palavra e na mente de todos os seres, orvalhando-lhes a semente do Despertar. E em suas mentes suspensas, no conúbio das energias solar e lunar retidas, invertidas e fundidas nos canais e nos centros, na reversão de pensamento, palavra e corpo para o estado primordial, a realidade redime-se de o ser e tudo triunfa de imaginar haver nascido." - Paulo Borges, Línguas de Fogo, Ésquilo, 2006, pp.230-231

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  10. "Na festa tudo se liberta de o ser"

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