O aroma ligeiramente chamuscado
dos fornos
mornos
das padarias de bairro,
e da terra humida
depois de chuviscar.
O caldo de cores
e mexericos
das mercearias
(e das varandas
das nossas tias).
Uma tarde de “bola”
contada em surdina
por um rádio de pilhas.
O olhar de rapina
do senhor da papelaria,
e as travessuras secretas
das suas filhas.
Próspera idade
em que a cada porta
havia uma história ...
Ditosos aqueles
que nalguma terra distante
reencontraram a infância,
a sábia sensualidade
dos pequenos nadas.
Buenos Aires, Junho de 2005
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