O Ocidente industrializado faz-me mal.
Enche-me as axilas com montes de gordura
E a minha pele com a secura do ar condicionado.
Enche-me a cabeça de complexos de adequação
E as minhas horas vagas com exercícios de promoção
De competências inter-pessoais
(ser humano aprende-se em sessões de formação).
Enche-me olhos com linhas rectas e espaços vagos
E a minha roupa com a poeira da estrada e os estragos
Que causam os salpicos de lama ás fibras industriais.
Enche-me o sentir com pequenos golpes
Desferidos pelas discretas exclusões
Dos convívios das amizades organizadas
Á volta de uma gíria enraizada
Nas sub-culturas profissionais
E nos simulacros de tradições.
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