quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Como nos libertamos do jogo do ser e não-ser?

Este post vem a propósito do anterior e sobre a questão de, por vezes, nos sentirmos aprisionados no jogo do ser e não-ser. A pergunta é: como nos libertamos do jogo? No post anterior, não é dada uma resposta clara. É, apenas, dito que nos libertamos através de toda uma série de actos verdadeiramente diversos. Naturalmente, uns serão mais libertadores do que outros. Mas pretendo, agora, de forma clara e, no entanto, quase paradoxal, responder à questão: como nos libertamos do jogo do ser e não-ser? Jogando.

3 comentários:

  1. Libertamo-nos do jogo desmontando o próprio jogo, o que também pode ser feito jogando...

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  2. Desmontar o jogo é ser jogo, não jogador. O que acontece quando nos entregamos plenamente ao jogo, esquecendo o ganhar e o perder. Só quem joga condicionado pelo ganho e pela perda, ou seja, só quem joga fora do jogo, é que se pode sentir nele aprisionado e com desejo de se libertar. Só esse padece o jogo como oposição ou contradição entre ser e não-ser. Libertar-se é abandonar essa percepção subjectiva do devir lúdico do mundo, abandonar a ideia de libertação, abandonar-se.

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  3. É possível falar apenas do que é condicionado, do que existe em relação, pois falar é precisamente descrever a relação entre isto e aquilo.

    Mas para haver libertação teria de haver algo *incondicionado* que só tivesse necessidade de si próprio para existir.

    Confia... naquilo que em ti não tem causa... .

    Nunca deixarás de ser condicionado enquanto ser real, a expressão será sempre condicionada, porque és homem, mortal, pensador, etc.

    Mas podes trazer ao mundo uma *fragrância* do incondicionado. E podes *vivê-la*. Apesar de que há quem diga que quem a vive muito acaba por ansiar pela morte como se fosse o momento do Grande reencontro...

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