segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Beber a vida num trago, e nesse trago
Todas as sensações que a vida dá
Em todas as suas formas, boas, más,
Trabalhos e prazeres, e ofícios,
Todos lugares, viagens, explorações
Crimes, lascívias, decadências todas.

D'antes eu queria
Embeber-me nas árvores, nas flores,
Sonhar nas rochas, mares, solidões.
Hoje não, fujo dessa ideia louca:
Tudo o que me aproxima do mistério
Confrange-me de horror. quero hoje apenas
Sensações, muitas, muitas sensações,
De tudo, de todos neste mundo - humanas
Não outras de delírios panteístas
Mas sim perpétuos choques de prazer,
Mudando sempre
Guardando forte a personalidade
Para sintetizá-las num sentir.

Quero afogar em bulício, em Luz, em vozes,
- Tumultuárias coisas usuais -
O sentimento da desolação
Que me enche e avassala.

Folgaria
De encher um dia, numa hora, num trago,
A medida dos vícios ainda mesmo
que fosse condenado eternamente -
Loucura - ao tal inferno.
A um inferno real.

1 comentário:

  1. Porque é em nós que se mostra o reino dos Ínferos ou do Empíreo quando exaustos descansamos no deserto concedido.

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