TÃO NU!, por Isabel Rosete
Deixaste morrer o entusiasmo em mim
E o entusiasmo morreu por si.
Não sei..., não sei…, se ele voltará
Nesta ou em outra vida qualquer,
Nem o encanto que me habitou de ti.
Os meus ossos já não se guardam.
Completamente fragmentados,
Foram rendilhados pela tristeza da amargura
De já não seres nada em mim.
Já não tenho as mantas de retalhos coloridas
Tecidas de pétalas de flores viçosas,
Aquelas onde nos deitávamos,
A seguir ao almoço, para serenar
Durante a sesta adormecida entre-braços,
Os teus braços fortes de uma segurança
Tão..., mas tão… inabalável!
Também já não tenho a beleza vaga
Que em (teus) sonhos houver.
Apenas a revelação das evidências,
O violento derrube das aparências
E dos convencionalismos crescentes.
Não quero parecer nada!
Não quero que pareças nada!
Não sei se ouvirei, mais alguma vez, a tua voz!
Não sei se sentirei, de novo, o toque das tuas mãos!
Não sei se experimentarei, outra vez, o arrebatamento
Do teu corpo nu no meu, igualmente nu,
- Tão nu! -
Durante aquela penetração avassaladora.
Não sei se re-conhecerei o sabor da tua boca
Tão vigorosa e sedenta,
Ou os teus abraços, outrora, únicos,
Intensos e quentes, alucinantes e aconchegados!
As paixões são instantes de convulsões
Momentâneas que, depressa, arrefecem
Na omissão prolongada do seu objecto.
- Queres voltar depois de um tão longo
Período de ausência injustificada?
Não sabes que o Tempo tem o seu tempo?
O teu tempo esgotou-se
Tão imediatamente quanto a água das barragens
Em período de seca extrema.
Ficou apenas o vazio da tua passagem
Presente (amiúde) na minha memória,
Agora em repouso, no mais profundo silêncio de si.
E... a tarde cai, mais uma vez,
Neste resto de dia de lembranças
Sem que volte a avistar o teu rosto,
A tua ténue figura...
A fina silhueta, sem braços e sem pernas,
Em que te transformaste.
- Não! Não insistas! Já não vale a pena!
Não o vês? Será que não o vês?
A tua alma tornou-se demasiado pequena.
Isabel Rosete
Deixaste morrer o entusiasmo em mim
E o entusiasmo morreu por si.
Não sei..., não sei…, se ele voltará
Nesta ou em outra vida qualquer,
Nem o encanto que me habitou de ti.
Os meus ossos já não se guardam.
Completamente fragmentados,
Foram rendilhados pela tristeza da amargura
De já não seres nada em mim.
Já não tenho as mantas de retalhos coloridas
Tecidas de pétalas de flores viçosas,
Aquelas onde nos deitávamos,
A seguir ao almoço, para serenar
Durante a sesta adormecida entre-braços,
Os teus braços fortes de uma segurança
Tão..., mas tão… inabalável!
Também já não tenho a beleza vaga
Que em (teus) sonhos houver.
Apenas a revelação das evidências,
O violento derrube das aparências
E dos convencionalismos crescentes.
Não quero parecer nada!
Não quero que pareças nada!
Não sei se ouvirei, mais alguma vez, a tua voz!
Não sei se sentirei, de novo, o toque das tuas mãos!
Não sei se experimentarei, outra vez, o arrebatamento
Do teu corpo nu no meu, igualmente nu,
- Tão nu! -
Durante aquela penetração avassaladora.
Não sei se re-conhecerei o sabor da tua boca
Tão vigorosa e sedenta,
Ou os teus abraços, outrora, únicos,
Intensos e quentes, alucinantes e aconchegados!
As paixões são instantes de convulsões
Momentâneas que, depressa, arrefecem
Na omissão prolongada do seu objecto.
- Queres voltar depois de um tão longo
Período de ausência injustificada?
Não sabes que o Tempo tem o seu tempo?
O teu tempo esgotou-se
Tão imediatamente quanto a água das barragens
Em período de seca extrema.
Ficou apenas o vazio da tua passagem
Presente (amiúde) na minha memória,
Agora em repouso, no mais profundo silêncio de si.
E... a tarde cai, mais uma vez,
Neste resto de dia de lembranças
Sem que volte a avistar o teu rosto,
A tua ténue figura...
A fina silhueta, sem braços e sem pernas,
Em que te transformaste.
- Não! Não insistas! Já não vale a pena!
Não o vês? Será que não o vês?
A tua alma tornou-se demasiado pequena.
Isabel Rosete
mas senhora
ResponderEliminarpequena nunca é
a alma