Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
O maior medo que cada um de nós consigo transporta é o medo de si mesmo
O maior medo que cada um de nós consigo transporta é o medo de si mesmo, o medo dessa região tenebrosa ou sombria dissimulada atrás de cada um dos nossos instintos, emoções, pensamentos e sentimentos, o medo desse pouco confessável ou ignoto território que, por falta de coragem para o afrontarmos face a face, nos condiciona numa contínua fuga para diante de onde resulta toda a avidez e violência, mas também todas as aparências de virtude e santidade, todos os disfarces de amor e compaixão, todos os projectos de salvação universal, com que impregnamos e iludimos o mundo, a começar por nós mesmos. É nessa treva ou sombra que se oculta o infinito luminoso que somos, o fundo comum e os confins sem fim de todos os seres e coisas. Ter a coragem de atravessar e iluminar essa floresta escura, com mais monstros do que todas as mitologias planetárias, numa jornada solitária e nua, sem armas, escudo ou armadura, com o propósito de libertar o universo da nossa ignorância e um dia regressar para incitar os outros à mesma empresa, é a maior realização a que podemos aspirar. Comparada com ela, a história das civilizações, as conquistas tecnológicas e as viagens espaciais são meros e fúteis jogos de crianças adultas.
ResponderEliminarÉ por isso que eu procuro
de mim mesmo me ocultar,
não vá ser que atrás do muro
haja um fantasma a espreitar!
JCN