quinta-feira, 10 de maio de 2012

O mundo sabia de cor, a cor da dor de quem nunca teve a sorte de nascer imperador. O peixe era doce e cru. A beterraba avinagrada. A vontade de ser feliz era tanta como a tua agora que acabas de nascer. O jejum era dos pobres que o faziam dia após dia.
Vizinhos da vida viajaram sem regresso com um sorriso que não esqueço.
O homem mata o homem e nunca sabe porquê. Bendita a memória que me assombra neste dia que nasce outra vez.

5 comentários:

  1. À laia de comentário, deixo-lhe este soneto:

    *


    Renascer em cada dia


    O dia de amanhã seja o começo
    de uma nova existência sem lembrança
    de funestos pesares, cujo preço
    já com juros paguei, feita a cobrança!


    A vida de raiz principiemos
    em cada novo dia, na ilusão
    de ser sempre o primeiro que vivemos
    com redobrada força de emoção!


    Por esta forma nunca se envelhece,
    pois tudo aquilo que nos acontece
    terá sempre o sabor da novidade.


    Não conferindo aos anos importância,
    a sensação vou tendo, em cada idade,
    de ainda e sempre me encontrar na infância!


    João de Castro Nunes

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  2. Esse poema deveria estar na página principal! Muito bonito, JCN.
    Sinto-me homenageada. Muito obrigada.

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  3. "O mundo sabia de cor, a cor da dor de quem nunca teve a sorte de nascer imperador."

    fosse o peixe Imperador
    outra seria a cor
    da dor

    beijo

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  4. é verdade, Platero!
    Obrigada. Beijo

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  5. Tudo na vida é questão
    do colorido que tem:
    o que importa é que ninguém
    perca a sua percepção!

    JCN

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