(Dedicado a Ethel Feldman)
Há na renda do mar
Aquela húmida claridade da boca
O terno olhar das ondas e do esquecimento
Um sismo de violetas nos dedos brancos
Uma revelação de cascatas
No olhar extasiado
Um espanto de terror e de beleza
Quando os navios parados
Ondeiam sombras na brisa iluminada
Uma vontade súbita de ser pássaro
E poisar-te no lábio a esperança
Como um cristal entre os olhos.
E os deuses da água sorriem dentro da boca
Dos novos amorosos.
que lindo poema!
ResponderEliminarmeu corpo inteiro chora de alegria com este belo presente. Obrigada, nenhumnome (porque és todos em cada um)
escreve-me para ethel.feldman@gmail.com
ResponderEliminarlindo poema
ResponderEliminartb gostava de o merecer
Fico feliz que tenhas gostado, já que depois de o ter feito pensei( é sempre a pior parte, o pensar): como este poema tem (desculpem a redundância) o sabor do paladar da loucura.... E foi assim, aceita-o.
ResponderEliminarGrata por isso.
Beijinho
P.S. Neste momento, E., tenho tido trabalho que me enche todas as mesas, logo que tenha um tempinho comunicarei contigo com todo o prazer.
M.
Platero, Amigo, tu mereces que, ao acordar te ditem poemas para dentro do pensamento, à tarde, que as rosas te sorriam e te segredem poemas; à noite, que as palavras que ainda te dedique transformem em ouro as árvores da tua morada.
ResponderEliminarBeijinho, Platero ;)
Lindo, tb, o Mar É uma Metáfora fantástica do Verdadeiro Amor - umas vezes Pacífico outras Tumultuso, mas sempre Sublime e Purificador :)
ResponderEliminar(Este de Sophia também me leva uma vez mais e, de novo, para o sempre novo mar...)
ResponderEliminarHora
Sinto que hoje novamente embarco
Para as grandes aventuras,
Passam no ar palavras obscuras
E o meu desejo canta - por isso marco
Nos meus sentidos a imagem desta hora.
Sonoro e profundo
Aquele mundo
Que eu sonhara e perdera
Espera
O peso dos meus gestos.
E dormem mil gestos nos meus dedos.
Desligadas dos círculos funestos
Das mentiras alheias,
Finalmente solitárias,
As minhas mãos estão cheias
De expectativa e de segredos
Como os negros arvoredos
Que baloiçam na noite murmurando.
Ao longe por mim oiço chamando
A voz das coisas que eu sei amar.
E de novo caminho para o mar
(Sophia de Mello Breyner Andresen)
Sorriso purificador :)