segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Andrómeda



Escultura de A. Rodin


Quando olho estas estrelas

aquilo que vejo não são as coisas

são rastilhos que accionam as memórias.

Não vejo, visiono. Ver é só receber imagens.

Visionar é já criá-las.

Sei que nesse instante a minha vida arde

liquefeita de ponta à ponta.

Vou a esse bosque buscar larvas candentes

que me servem

para atiçar o que dorme.

A minha fronte emite as próprias formas.



(António Cândido Franco, Corpos Celestes, Ed. Limiar, 1990,)

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