domingo, 26 de dezembro de 2010

SETEMBRO DOS DESGARRADOS


(VÍDEO SETEMBRO DOS DESGARRADOS)


Assim devagar vou-me calando, saudades da chuva vestindo o mar, febril me tomei por todos os seres, doente inventei o presente. Setembro molhado, cheiro da terra com gosto. Na rua me dispo, lavo com a chuva meu corpo suado. Ah, este Setembro que com ele me fico, sonhos passados nunca vividos. Era assim a memória de tudo que lembro, minha vida por Setembro dos Desgarrados. Se te conto só agora, é porque a hora se fez hora e contigo e ele partilho tudo que lá foi acontecido. Não percas tempo em procurar a verdade, não pares na mentira, pouco importa se o que conto existiu, fecha os olhos e sente.

Bem abençoado quem nasceu, sofreu no parto a primeira dor da existência, no sangue materno a promessa de cor, no primeiro choro a certeza do riso. Cada desgarrado trouxe no rost
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o a marca do sofrimento, em Setembro fez dela o desenho da felicidade. Em cada homem o universo se exibe inteiro.

Se nada te pára, nem te comove, sente a chuva que te corre por dentro. Senta devagar, vê a semente por onde ela cresce. Se da tua mão nasce agora uma flor foi porque te deixaste adubar, neste Setembro que agora nos abraça.
(dio Livro 'PALADAR DA LOUCURA')

2 comentários:

  1. PALADAR

    grato pela ideia de ires mostrando os teus poemas.
    que em particular me agradam.

    beijinho por isso. desde já votos de um fértil e feliz 2011

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