Ainda conseguiu voltar à superfície e pôr outra vez a cabeça fora de água.
Então deram-lhe mais uma bordoada com a pá do remo, sólida e certeira, bem no alto da cabeça.
Ao mergulhar definitivamente, engolindo água e sentindo-se ir para o fundo, teve um último pensamento lúcido: «que felizes devem ser os anfíbios!»
Mário-Henrique Leiria
Ao mergulhar definitivamente, engolindo água e sentindo-se ir para o fundo, teve um último pensamento lúcido: «que felizes devem ser os anfíbios!»
Mário-Henrique Leiria
Isto até parece uma metáfora do estado a que chegou Portugal. E o resto do orbe terráqueo, idem idem.
ResponderEliminarMas também parece um belo retratinho de certo MeTheOros: daí talvez as curiosas carimbadas na testa que a criatura apresenta na imagem. Que cromo!
Só que, no caso, em vez de uma pá de remo (o rapaz deve ser pacifista, bem como pelos animais, o ar da serra e os calhaus de praia), esta patusca criatura apanha, parece, vai não vai, é com a tabela períódica dos transfinitos de algum Cantor dado a raptos menos matemáticos, mas precisamente um pouco mais para o anfibiado.
Não haverá por aí quem faça a boa acção de devolver o senhor alienígena descolorado à adequada procedência?
Há, certamente, muito quem agradeça.
De forma alguma, meu amigo.
ResponderEliminarA sua presença, é mais-que-grata!
É uma lição ouvi-lo.
No entanto, e por dizer de forma alguma, gostava que considerasse que este meu apontamento é real e egoísticamente, auto-bio-gráfico e auto-biográfico também.
Sou eu, esse feliz anfíbio, ainda atordoado, e vivo, em desaparecimento.
(sorriso)
Um abraço, sincero.