Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
Passagem de Raimon Panikkar, colaborador e membro da Comissão de Honra da revista "Cultura ENTRE Culturas"
http://www.corriere.it/cultura/10_agosto_27/panikkar-sacerdote-filosofo_fdbddf64-b1b3-11df-a044-00144f02aabe.shtml
Raimon Pannikar partiu ontem deste mundo. Recebo uma notícia que já aguardava. Estive para me encontrar com ele em 14 de Janeiro deste ano, para o entrevistar para o primeiro número da revista "Cultura ENTRE Culturas", que dirijo. O encontro foi cancelado uns dias antes, devido ao seu extremo cansaço. Ainda enviou um texto, que publiquei no referido número e que deve ter sido uma das últimas, senão a última, das suas intervenções públicas, pois logo a seguir recebi uma circular para os amigos dizendo que se retirava de todas as aparições públicas directas e indirectas e pedindo que nos mantivéssemos em contacto pela oração, na fase final da sua vida. Foi o grande mentor de um verdadeiro diálogo intercultural e inter-religioso, ainda muito longe de acontecer, e deixou uma obra enorme, verdadeira ponte entre Oriente e Ocidente, lamentavelmente muito desconhecida ainda. Admiro-o imenso e tive a honra de prefaciar o seu livro "O diálogo indispensável. Paz entre as religiões" (Zéfiro, 2007), entre nós praticamente ignorado. Que repouse na Paz e na Luz, transcendentes a todas as religiões e vias!
ouvi hoje - não sabia que póstuma -
ResponderEliminarinteressante entrevista na TSF.
pena que tenha parado de nos ensinar
"Diá-logos não significa somente avançar através do logos, ter só relação com o logos, significa também abrir caminho atravessando o logos (dia ton logon, "atravessando o logos") para chegar ao mythos."
ResponderEliminar"O diálogo das religiões, se é verdadeiramente vivo, não pode deixar o mythos fora do diálogo."
Kunzang Dorge
ResponderEliminarBom, já agora, é eu ficar a saber o que é o mythos
pode ser?
abraço
um abraço
ResponderEliminaramigo platero
"O diálogo não é simples discussão. Procede de uma fonte mais profunda e mais interna que o estímulo que recebemos dos demais. Esta fonte pode ser chamada "silêncio", ou talvez "a sede de verdade humana". Sem esta sede, o diálogo fica preso num intercâmbio de opiniões superficiais. Se o diálogo há-de ser algo mais que um simples manipular de ideias, deve emergir a dimensão mais profunda do nosso ser. Isto significa que o diálogo intra-religioso é o fundamento necessário do diálogo inter-religioso."
ResponderEliminar"O diálogo tem um núcleo místico não visível na superfície das relações humanas. Algo sucede no coração de cada dialogante e algo sucede no núcleo mais interno do mundo. O diálogo libera um karman especial, alcançando o coração místico da realidade. «Quando dois sábios estão a falar, o mundo contém a respiração», poderia ser um resum desta verdade antiga."
ResponderEliminartudo bem
ResponderEliminarfiquei foi sem saber o que é o mythos
não é seguramente o meu - o de todos nós
todos temos que ter um mito
há que alimentá-lo
nem que seja
a garrafas de leite
UCAL
de litro
será este?
abraço (não sei é se perdura ainda a marca UCAL)
esse não conheço
ResponderEliminaro leite cai-me mal:)
abraço (sem lactose)
Curvo-me à passagem de um "mestre" não apenas por respeito, mas para humildemente olhar o chão, a Terra que é Céu para os que semeiam...
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