terça-feira, 6 de julho de 2010

- Quem és? Tens olhos grandes demais para ser humano...
(Alguém admirado assim ta descreveria, as lágrimas darão o brilho que falta à silhueta.)
- Quem és?
- Aqui me tens, indestrutível força, lanceolada de espumas e sagrada por vastos e remotos vendavais, absoluta solidão do teu ser poeta.
- Para onde vais?
- Venho de um regresso impossível, posso ainda enganar-me no caminho.
- Sabes, pregar um prego, lavar pratos, cortar a erva, tudo isso me custa. Mas nada me custa tanto como carregar o fardo de um poema das coisas impossíveis. Sabes, poemar dói. Os frutos nascem apenas desse fim como que caídos do chão, percebes?
- Quem sou?
(Boa pergunta)

1 comentário:

  1. Os olhos revelam a "raça",
    Do que vem para ser dito,
    Do que dizem ter sido feito nas estrelas e criado do Nada.

    Do que fores,
    Escolhe sempre um fardo leve, aquele que torna tudo possível.

    Esolhe escrever a tua história,
    Pois os frutos caídos já estiveram na árvore.

    E sem regresso, escolhe voltar.

    Sei quem és.
    Só podes ser a espuma do Mar.

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