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PRECISO DE UMA MULHER para estar comigo entre as nove e as onze
Alguém com pronúncia pouco pronunciada
Uma espécie de Greta Garbo com Frida Kahlo
Ou Alice Vieira com Natália
A nossa Natália Correia que um dia me levou ao período Futurista!
Tem alguma ideia?
Pode ser uma mulher meia calada que eu pôr-lhe-ei palavras na boca
Uma com cheiro a pinho
Com longas tranças de escamas de peixes
Se tiver tronco de árvore não faz mal
Eu próprio lhe darei forma
As minhas mãos sempre foram invejadas
Basta entender de anéis solares
Preciso de uma mulher para coser meus pensamentos
De preferência da cor do meu telhado
Que é branco em cima de um fundo negro
Aviso já que não é fácil
Só autodidacta consegue!
Achará que eu quero violar essa mulher
Danados!
Malditos!
Tenho poemas por acabar
Tenho o sangue prestes a esgotar
A muralha da China vê-se lá do alto
Outro dia confirmei isso
Sem me levantar da cadeira
Quero essa mulher para guiar minha mão que (in)segura a caneta
Quero essa mulher em trajes que me façam entender uma bandeira!
Quero o sol e a lua na mesma embalagem!
O terror e a lucidez parados numa esquina!
Ou em banhos de espuma!
Entre as nove e as onze ardo em fosfóricas saudades
Um agrafador pisca-me o olho com naturalidade
Uma cópia de Dali denuncia que está vivo
A água da torneira a ir pela bacia abaixo
As luzes das minhas ideias com as mãos na cintura
O som
Os sons
As magníficas correntes do ar
O cesto de papéis achando a vida uma ova
A ferida que eu não curei abrigando répteis
Penso num A e sai-me um O
Ó que terras mal acamadas! Não vedes que eu desabo!
Dirão agora que mereço essa mulher
Coitado deve participar em antologias
Escolher poemas da fase da parvalheira
Jogar flippers e mostrar à garina o quanto vale
Odeio a simplicidade!
Odeio as complicações!
Entre eu o nada não existe intervalo
Sempre escutei Vinícius de Moraes antes de adormecer
É bem melhor que uma velinha acesa num copo de azeite
Os homens morrem
A arte fica
Eu hei-de morrer sem saber o que me resta!
Quem está doente
Doente morrerá
Quem está de saúde
Terá boas amantes
Quero agora essa mulher
Entre as nove e as onze
De preferência entre as nove e as onze da noite
Assim sabe melhor o salmão
Posso traduzir Dostoievski
Embora não percebendo nada de russo
Vou-me embora antes que a tabacaria encerre
São quase nove
Vêm aí nove meninas
Cada uma com nove meninas em cada mão
Qual delas saberá mudar a água aos peixes?
muito a meu gosto
ResponderEliminare
gosto muito
abraço
sou a mulher que dizes precisar
ResponderEliminarnem Kallo, nem Garbo
sou a mulher por fazer
de manhã espreguiço-me na cama
espero por ti ao alvorecer
sou a mulher que nunca casou
sou a mulher do depois
de noite me visto
de dia me dispo
nesse intervalo que dizes não existir
sou a mulher pronta a moldar
anciã de uma tribo extinta
virgem da nova era
sou a mulher que não queres
a que refila noite e dia
a que te implora um beijo todas as manhãs
sou a mulher do outro
a que apetece levar para a cama
sou a mulher que enganas
quando sais da Tabacaria
Ó F ... faz tempo que não te vejo homem. Hoje foi mais uma vez. Tu e as tuas musas sempre a fugirem à dialéctica da roda dentada. Deixa estar que já te apanho.
ResponderEliminarPaladar da loucura
ResponderEliminarclaro que também gosto de ti.
de ti não sei - da tua poesia - que é o mesmo
ouso, por isso. recomendar-te blog de que sou velho frequentador. de dia e noite
:
"putas resolutas" ah, já agora, tb
"ellenismos"
garanto vais gostar
beijinho
OLá Platero!
ResponderEliminarVou consultar esses blogs :)
Tb gosto você, Platero.
Beijo
PL
ResponderEliminarse me trata po vc
não sei como tratar-te
bjo
oh, desculpa-me! nasci no Brasil. É verdade que estou cá mais de metade da minha vida. Sou portuguesa, mas se reparares os meus textos são uma confusão entre o português e de lá:)
ResponderEliminare desta vez o vc foi mesmo carinhoso, dengoso...
mais informal que o tu!
beijinhos para TI!