Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
sexta-feira, 4 de junho de 2010
permanecer
“Deixa-te estar aqui,
perdoa que o tempo te fique na face na forma de rugas,
perdoa pagares tão alto preço por estar aqui,
perdoa eu revelar que há muito pagas tão alto preço por estar aqui.
Prossegue nos gestos,
não pares,
procura permanecer,
sempre presente,
deixa docemente desvanecerem-se um por um os dias
e eu saber que aqui estás,
de maneira a poder dizer sou isto é certo,
mas sei que tu estás aqui.”
Ruy Belo, Toda a Terra-Todos os Poemas
Foto: A.R. Dias
Muito belo!
ResponderEliminarMuito bela!
Belíssimos, superlativando o que carece de adjectivos que a eles se adeqúem, que a eles se moldem para sempre, que a eles se ajustem, amoldando o que apenas fica de ouvido, esse doce e belo zumbido que até uma imagem reproduz.
À tua palavra me acolho lá onde
o dia começa e o corpo nos renasce
Regresso recém-nascido ao teu regaço
minha mais funda infância meu paúl
Voltam de novo as folhas para as árvores
e nunca as lágrimas deixaram os olhos
Nem houve céus forrados sobre as horas
nem míseras ideias de cotim
despovoaram alegres tardes de pássaros
O sol conntinua a ser o único
acontecimento importante da rua
Eu passo mas não peço às árvores
coração para além dos frutos
Tu és ainda o maior dos mares
e embrulho-me na voz com que desdobras
o inumerável número dos dias
Segunda infância in Aquele grande Rio Eufrates. Ruy Belo. p60.
Aqui o entrego, em estado líquido, a Anaedera.
Obrigada pela líquida oferta,
ResponderEliminarno mesmo estado das lágrimas que ainda permanecem, nos olhos!
Mas as quais aceito,
com gratidão e confiança.