Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
quarta-feira, 30 de junho de 2010
-oferta-
Quero a fome de calar-me.
O silêncio. Único
Recado que repito para que me não esqueça.
Pedra,
Que trago para sentar-me no banquete.
A única glória no mundo - ouvir-te. Ver
Quando plantas a vinha,
Como abres a fonte, o curso caudaloso
da vergôntea -a sombra com que jorras do rochedo.
Quero o jorro da escrita verdadeira,
A dolorosa chaga do pastor,
Que abriu o redil no próprio corpo e sai
Ao encontro da ovelha separada. Cerco,
Os sentidos que dispersam o rebanho.
Estendo as direcções,
Estudo-lhes a flor -várias árvores cortadas
Continuam a altear os pássaros.
Os caminhos seguem a linha do canivete nos troncos
As mãos acima da cabeça adornam
As águas nocturnas -pequenos nenúfares celestes.
As estrelas como as pinhas fechadas caem - quero fechar-me e cair.
O silêncio Alveolar expira e eu,
Estendo-as sobre a mesa da aliança.
Daniel Faria, Quero a fome de calar-me
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muito bom!
Abraço