Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
quinta-feira, 27 de maio de 2010
campos de trigo
"Os campos de trigo continuam azuis a florescer pássaros
e acalentar o pão que aquece a alma
de quem ama e de quem não ama.
Os campos de trigo seguem embalando a lua
com uma sonata ao futuro sem fome.
Os campos de trigo esqueceram Van Gogh,
pois não há mais dor no homem.
É tudo realidade consentida.
Ninguém mais ergue sua obra para que o mundo
floresça em primaveras
que o artista não pode viver.
Nem mil girassóis de Van Gogh
vão calar a dor que assola
Nínive, Candahar, Bagdad,
o sertão, o chão desumano da Pátria,
Nigéria, Haiti, Etiópia…
Os campos de trigo não necessitam mais espantalhos.
O homem não necessita mais proteger o coração
para que o amor não o devore.
Pois o amor foi sepultado na última primavera.
Espantalho colorido
alardeando um campo-minado-coração,
varrido pelas máquinas da indiferença que regem
o sarcástico-mundo-cão.
Os campos de trigo, indiferentes,
seguem solares,
seguem em chama,
espalhando grãos,
dançando ao vento das almas ignaras."
Bárbara Lia
parabens pela escolha
ResponderEliminarBom campo de escrita
Partilho da mesma opinião.
ResponderEliminarAs escolhas de Anaedera são, acaso se me permitam termos que as 'adjectivem', lindas.
O meu agradecimento pela tranquila e sapiente leitura que aqui reparte.
Um abraço fraterno a Platero e Anaedera, o gato.
(sorriso) :)
Obrigada,
ResponderEliminarnem sempre me é fácil conseguir exprimir-vos o que gostaria, virtualmente.
Fico feliz que me compreendam.
(o gato?!)
Mil perdões!
ResponderEliminarA gata!
:)
Muito bonito.
ResponderEliminarHa! era eu...
ResponderEliminarPois eu sou mesmo humana e a outra "habitante" de Anaedera, também.
O gato da foto é o Dino, foi um dos melhores amigos, em comum.
E daí a homenagem.
É belo o diálogo que se estabelece entre os seres de Anaedera.
ResponderEliminarAqui, pela voz de quem aí habita, são-nos entregues em mãos as declarações da incriada Natureza, para juntos lermos das espigas a oscilação doirada pelo vento em voz de Sol.
Tudo isto porque voltei a ler o que Bárbara leu. No durante, roda tranquila a serenidade.
Abraço Anaedera,
continuação! :)