1.
Passam pelos meus dedos
Oceanos de memória
Veias largas de naufragar navios
Palavras pelo mar na palma desta mão
Passam pelos meus anos verticais certezas
Ramos levantados bandeiras de outros portos
Mas tudo se transforma na pele dos sentidos
No mapa das mil formas de se ser no tempo
Não mais que um beliscão na água
Um arrepio.
2.
Penso um espelho
Sou um espelho
Vejo-me reflectida nele
Eu sou por assim dizer
O que está dentro dele e se vê
Consciência de ser
Neste jogo me entretenho
Se outros olhos me vissem nesse olhar
seriam já muitas as faces reflectidas
e porque não todas dentro e fora
pensar é um ofício de silêncios povoados.
3.
Se tu chegasses sem teres vindo
E estando nunca o tivesses estado
Não estaria eu como estou subindo
Os degraus de nunca os ter deixado.
espero não seja o Naufrágio do Sepúlveda. Antes uma alvorada na calote azul do Mar, com muitas gaivotas e peixes-voadores.
ResponderEliminarE promessas de SÓÓÓÓÓL
Querido Platero,
ResponderEliminarNem "calotes" nem naufrágios. São memórias, meu menino! Tantas, tantas!Tontas!
"- Deus é quem sabe, Deus é quem pode, Deus é quem manda."
(Diz o "Má Fortuna" lá na taberna, para Baal, o nosso "deleuziano" amigo.
Um dia destes vou beber um vinho doce com ele, e vocês bebem uma bebida mais forte, antes de partirem para o mar ou para o Sol. Como quiserem.
Um abraço D'Aqui.
Um beijito, "SÓOOOOOLÉMIO".
pensar é um oficio de silêncios povoados.
ResponderEliminarfilosofia saudades? para pensar é preciso calar. ou rugir? eu sou um leão (não o do caetano veloso, nem pensar)
baal,
ResponderEliminarEscrever também é um ofício de silêncios povoados. As vozes que se ouvem podem calar bem fundo ou rugir.
Venha o leão ao encontro dos outros "animais".
As fábulas dão aos homens grandes lições de vida.
Um abraço de Amizade, baal.
Esqueci-me de dizer que a fotografia é da minha máquina. Acho que ficou bem.:))
ResponderEliminar(que vaidosa que eu estou com isto das fotografias!)
Saudades
ResponderEliminar- pequena dúvida minha, sem grande importância para a leitura do poema
:
"pensar é um ofício de silêncios povoados"?
ou
pensar é um ofício de silêncios povoado?
vá.
pensei no mesmo platero. mas individualizei cada silêncio e se são muitos(e cada um)são povoados. muitos povos para um silêncio. até parece portugal.
ResponderEliminare saudades parto para o mar. só tenho um desporto 'e apanhar chuva.'
abraço aos dois.
Platero, meu querido,
ResponderEliminarAqui, "pensar é um ofício" é oficina, scriptorium. Os silêncios é que, no caso, são povoados:de vozes, de outros silêncios que falam, de pensamentos que escrevem silêncio; de silêncios que pensam o pensamento; de memórias que... enfim...
Também pode ser povoado de singulares pensamentos... Pode ser um ofício povoado de silêncios, também...Ó meu querido Amigo!
O "Silêncio" tem razões que a razão desconhece, também a poesia.
P.S.1 Só fazes perguntas difíceis, Platero!
P.S.2 Esse poema está no colectivo "Margens" com o José Manuel Capêlo e mais três, é "d'atado" de 84.
Sei lá que silêncio ou "ofício" seria esse!
É o que tentei perceber, ao recordá-lo. Agradeço a tua ajuda.
Miuda
ResponderEliminareu ajudar? Olha olha
Soube da morte do Capêlo e tive pena, embora o conhecesse mal
relativamente novo, caramba
ao que parece mais um fim-semana com chuva. Estamos molhados
beijinho
Panta Rei saudades
ResponderEliminarAbraço
E tu que não viesses, ó Mango, com uma das tuas! Estás aqui estás fora do ninho das serpentes, como aconteceu ao Damião, ao Feitais e outros que tais! Põe-te a pau! JCN
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