quinta-feira, 25 de março de 2010

partida

Tudo se mostra

neste gesto de arredar a cortina

Para ver se lá fora chove

Tudo até as estrelas mais distantes

Assomam de leve a incomensurabilidade dum sorriso

Na verdade tudo presente e ausente

Numa ondulação de sempre

Dá uma consistência quase madura

À fugacidade das coisas

E ao de leve a noite vem

E o longe apaga-se nas cores do aqui

E do firmamento mostra a perfeição impossível

É a hora do lume e do abandono

A derrota suave de todos os começos

A muralha do sono em breve virá circundar a mente

Com um oceano de águas argênteas

E num barco de marfim

Serei de novo nauta dos avessos

2 comentários:

  1. "Nauta dos avessos" - gostei de navegar o teu poema

    abraço

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  2. Será uma 'Partida' perfeita!

    A distância ainda me permite voltar, quando as marés me trazem aqui.
    gostei muito, Paulo!

    Beijinhos*
    e beijinhos ao Platero*

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