Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
terça-feira, 30 de março de 2010
curso do rio Homem
"Amas
como pudesses mudar o curso do mundo,
como pudesses alterar as razões da vida,
como pudesses mudar o curso do largo rio
com uma simples colher...
E ninguém te avisa ou te pergunta:
onde vais com essa peça de talher?!
Amas,
e amas tanto,
que sensibilizas quem te vê cavando,
assim,
tão entretida,
tão meiga e faceira,
como quem cavasse para plantar uma roseira...
Mas queres mudar o curso do rio!
E ninguém há que ao menos te dissesse, tão somente,
que,
se esperança quisesses ter,
talvez devesses tentar na nascente...
Não podes mudar o riacho que já se fez,
o rio que já se avolumou!
Eis o que é amar - remudar o curso que a vida
tantas vezes já mudou...
Mas,
sensibiliza-me tanto,
ver-te tentar,
que talvez,
deva eu pegar minha perdida colher
e cavar bem fundo em mim - p'ra te ajudar!"
O curso do rio, de Marcelo Souza Bandeira
Foto: Rio Homem, de António R. Dias
belo o rio homem... grato pelo poema que evocou as minhas memórias de infância passada num lugar entre o rio Homem e o rio Cávago, quando o tempo era eterno nas brincadeiras da meninice.
ResponderEliminarabraço, anaedera :)
também recordo o mesmo espaço,
ResponderEliminarda infância...
e
como o meu tempo ainda me permite
passar por aqui,
deixarei mais lembranças.
abraço
Gostei do poema. Muito. Mesmo.
ResponderEliminarLembrei o Rio Sabor e lamentei: um lamento pobre, como quem solta um grito sem eco.
1 Abraço,
Sandra Ferreira
grito bem ouvido,
ResponderEliminaraté aqui...
Obg