segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Saudade




"Saudades! Sim... talvez... e porque não?...
Se o nosso sonho foi tão alto e forte
Que bem pensara vê-lo até à morte
Deslumbrar-me de luz o coração!

Esquecer! Para quê?... Ah! como é vão!
Que tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como pão!

Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar,
Mais doidamente me lembrar de ti!

E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar
Mais a saudade andasse presa a mim!"

Florbela Espanca

28 comentários:

  1. Este mar conta histórias
    De passado e presente.

    Maresias de amor e paixão
    Reais como o mar da verdade
    Funde-se com a ternura das aguas,
    Luminoso, vivo e bravio.

    As pedras envoltas
    Na espuma branca da saudade
    Não dispensão o calor do vaivém
    Da sabedoria deixado pelo vermelho
    Da montanha.

    Mora uma alma,
    Bate forte contra um peito.
    Vive passado, presente e futuro
    Num só tempo.

    Com vontade de se soltar
    Toca o céu
    Numa fantasia de suaves contrastes.

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  2. Como se atreve a colocar "isto"... a par do poema de Florbela?!... Até me encolho todo, carago! JCN

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  3. Porque é

    D'"Isto" que fala a nossa saudade!

    "Um sonho tão alto e forte
    Que bem pensara vê-lo até à morte
    Deslumbrar-me de luz o coração!

    Esquecer! ...Que tudo isso, Amor, ...não importe.
    Se ele deixou beleza que conforte
    Deve-nos ser sagrado como pão!

    E quem dera que fosse sempre assim:
    Quanto menos quisesse recordar
    Mais a saudade andasse presa a mim!"

    Porque "Isto" representa um amor gratuito e verdasdeiro, tão puro como a beleza e a poesia que vivem na alma e não nas letras.

    Porque "Isto" foi só o amigo que nos convidou até Anaedera.

    Isto!

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  4. O pomema perfeito, feito com a alma e escrito com o coração...

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  5. Se não custa nada, é porque não vale a ponta de um corno! Bem me queria... parecer! JCN

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  10. o prazer da saudade,
    de um velho amigo
    que não volta.

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  11. Parece o jogo da cabra-cega! Ninguém diz... coisa com coisa. Bola ao centro! JCN

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  13. Sempre volta.

    As vezes mais cedo
    As vezes mais tarde.

    Como as estações
    Como a amizade

    Como as marés
    Como a saudade..

    Mas sempre volta.

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  15. Este jogo de ironias é até bonito,
    no dito pelo não dito.

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  16. Ideias genéricas, afectação, causam terríveis desgraças. o poeta vale o mesmo que o melhor dos seus poemas. como um ser de utilidade desconhecida descobre-se, personifica-se pássaro, quando a menor coisa o faz cantar, eis o melhor dos seus momentos; descobre o que nem escondido estava, vê a oblíqua eloquência ou encanto do que sem ele não seria... pintor ciente do seu mundo invisível, da presunção e do seu amor-próprio, ser reencarnado em sua segunda inocência.

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  17. De regresso á ausência
    Á existência voltar.

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  18. Voltar
    será crença ou acreditar,

    Certo é que quem
    prolongou seu sofrimento,
    por um abraço,
    na despedida,

    me esperará,
    quando regressar.

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  19. ar de chuva, solidão, cheiro a quarto fechado, última reserva do passado, a melhor recordação

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  20. dia de sol e em família,
    um cheiro a clínica,
    a melhor recordação, um abraço!
    Obg

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