- “Rodolfoooooo! Rodolfo… vamos à rua! Vá – anda!
Silencioso Rodolfo aparece cabisbaixo – de certeza que fez alguma asneira – lentamente coloca-se a jeito, ao meu jeito em frente à porta.
- Pesa-te a consciência? Vá, não disfarces conta logo o que fizeste.
Luísa levou meu Mrozek. Fazia-me bem ler agora O Homem na Gaiola.
- Vá não te estiques Rodolfo. A mentira tem perna curta. A vida não tem rascunho. Não podes passar a vida a pensar que desenhas um esboço. Gaita quando vais aprender?
Silêncio. No horizonte de Rodolfo somente o chão – sujo ou limpo sempre chão. Seu corpo se contrai. Em cada gesto um apelo ao perdão. Dança ao som da censura como
se o caminho só fosse castigo.
Desesperada resmungo um palavrão.
- Não há paciência! E tu repetes o erro como se fosse esse o acerto … Vá não dizes nada? Ainda por cima fazes censura à fala?!
Abriu um vazio no chão da escada. Redondo, profundo, estreito como se fosse a garganta do Atlas. Sem fim.
Rodolfo se estica cansado.
- Vá Rodolfo anda vamos à rua… Prometo que não te coloco a trela…
Quem tem a luz no sítio errado pode ser confundido com um palhaço.
ResponderEliminarMas, quase sempre, é só uma 'renite'...
se a luz é fraca o palhaço vira o bobo da corte...
ResponderEliminarNeste momento, a minha está a apagar-se...
ResponderEliminarcom sono?
ResponderEliminarTrabalhas num hospital?
ResponderEliminarnem sou assistente social. estás a precisar?
ResponderEliminarPelo que postas, pensei que sim.
ResponderEliminarBoa noite paladar. Nunca apreciei o teu sabor.
Boa noite Fausta.
ResponderEliminarQue conversa... mais insípida! JCN
ResponderEliminarLá isso é verdade JCN. Deve ser da hora, ou da luz fraca. MAs a Fausta acabou em beleza!
ResponderEliminarValha-nos isso! Muito embora eu não me tenha... apercebido. JCN
ResponderEliminarUm delícia, este texto (como todos com este Paladar). Quando não se tema alma pequena, vale a pena vir aqui ler e degustar os frutos de tão bom paladar!
ResponderEliminar:)
Quem se pode arrogar de não ter a alma pequena?!... Quem de si... se atreve a ser juiz? Presunção e
ResponderEliminaragua benta... cada qual tem a que inventa. JCN
Onde é que eu já ouvi esta da "delícia"? A par de "Belíssimo!", será marca da casa? JCN
ResponderEliminarHá quem tendo a alma pequena
ResponderEliminarse julgue mais que ninguém:
são esses que me dão pena
pelo estrabismo que têm.
JCN
As almas não se avaliam
ResponderEliminarpelo tamanho que têm,
mas sim como reagiam
perante o mal e o bem.
JCN
como reagem?
ResponderEliminarÓ pá, a tua "cartilha" não te ensina? Olha que eu não sou... catequista! JCN
ResponderEliminarNão gozes JC! Por acaso a teu amiga Júlia Teixeiro sabe latim? Responde depressa que eu tenho de trabalhar.
ResponderEliminarQuanto aos poemas, precisam de remodelação. Cheiram a mofo de sacristia e não cumprem os necessários requisitos de sedução para seguir Cristo por esse mundo dentro. Depois, não sei se simpatizo com a figura do cordeiro forte rodeado de sádicos por todos os lados, na isolada ilha do Ser, a pedir ao Pai força para aceitar mais pancada e ganhar o direito à Sua direita no sentido directo da salvação de tudo aquilo que não pode ser salvo sem a vontade do próprio.
Convence-me LÁ! Evangeliza esta o velha preta e rançosa.
Ah! Entendi. Beijinho. Força!
ResponderEliminarDeixa lá isso, JC. Não te esforces. Guarda o pedido na gaveta do latim e faz festinhas às ovelhas já amansadas pelo altruísmo da servidão sempre em palco...
ResponderEliminarEu, eremita, me condeno a esta alma, berlinde jogado pelo Menino sem o abismo da barroca.
;)
Lá ao fundo, vejo o herético Buda sorrir-me.
ResponderEliminarQue pena ser tao gordo!
ResponderEliminarAinda não pensaste... que se fosse magro, ó pá, não era Buda? JCN
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