(Artigo da autoria de Sandra Maria Ferreira publicado em "Escrita dos Sentidos" do Jornal Entre Vilas)
“O que se leva da terra, leva-se no rosto.” A terra das Ameixas verdes, Herta Mὕller (Nobel 2009)
Desde que nós, os humanos, vestimos a Alma o mundo ficou mais triste: perdeu transparência. As vestes são meias verdades. Farrapos. Iludem. Escondem. Tapam.
Ao querer tocar alguém o Homem toca primeiro as vestes: não é verdadeiro o primeiro toque. Perdeu-se a sensação pura.
Se num dia de sol o Homem quiser ver o calor da videira com a cara tapada não estará, realmente, a ver. Estará primeiro a pensar que vê e não a sentir a visão. Tudo isto o Homem tem feito: veste-se, excede-se com o aspecto exterior.
Meias verdades são farrapos, trapos: ilusão.
Era Natal e o Homem com olhos tapados não viu. E a culpa do Natal não ser todos os dias (há sempre um culpado) será dos trapos que somos ou dos que usamos?
Desde que nós, os humanos, vestimos a Alma o mundo ficou mais triste: perdeu transparência. As vestes são meias verdades. Farrapos. Iludem. Escondem. Tapam.
Ao querer tocar alguém o Homem toca primeiro as vestes: não é verdadeiro o primeiro toque. Perdeu-se a sensação pura.
Se num dia de sol o Homem quiser ver o calor da videira com a cara tapada não estará, realmente, a ver. Estará primeiro a pensar que vê e não a sentir a visão. Tudo isto o Homem tem feito: veste-se, excede-se com o aspecto exterior.
Meias verdades são farrapos, trapos: ilusão.
Era Natal e o Homem com olhos tapados não viu. E a culpa do Natal não ser todos os dias (há sempre um culpado) será dos trapos que somos ou dos que usamos?
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarTrapos! JCN!
ResponderEliminarQue trapos?
ResponderEliminarE por que não guardanapos?!
(brincadeira, Papoila Sonhadora!)
Interessante, "Escrita dos Sentidos"
... e o Homem com os olhos tapados não viu."
Gostei.
Abraço natalício.