"O incognoscível, porém, não tem nome e habita no coração do homem. Pólo, limite, impulso, são formas de dizer o que se não diz. Nomeá-lo é com efeito não apenas forçá-lo de algum modo à redutibilidade, mas sobretudo separá-lo de nós e correr aí o risco de lhe inventar uma morada que não é a sua. Porque se nomear é demominar o que se nomeia, é também separar isso que se nomeou e arriscarmo-nos a esquecer que fomos nós que nomeámos, ou seja, que criámos o momeado, que a existência do que existe fomos nós que a fizemos existir: foi porque esquecemos que criámos os deuses, que os deuses acabaram por nos criar a nós..."
Vergílio Ferreira, Espaço invisível 1, Bertrand Editora, pg.12
Ser bom escritor... nem sempre é ser bom pensador. JCN
ResponderEliminarRara a palavra que não separa, na verdade...
ResponderEliminarBem vinda!