quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

E não é que fugiu?!



Cá vai um soneto escrito num guardanapo

Que deveria servir de nota de resgate

Mas o post quando se viu sem sua cauda

Parecia um príncipe com forma de sapo


E vestido de sobretudo e disparate

Fugiu à procura de público que o aplauda

Deixando inconsolável a carcereira

Que via nele um espírito de varejeira


Sempre à procura do que melhor lhe convinha

Para saciar a sede de protagonismo.

Onde quer que ele ande a fazer o seu turismo


Não deve ter ido além da santa terrinha

Do Matusalém qu’há muito perdeu as botas

E bate o dente de frio com as meias rotas.

7 comentários:

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  3. O SONETISTA

    Maquineta me chamam de sonetos:
    honrosamente o sou; mas é preciso
    não confundir bom-senso com juízo
    nem africanos em geral com pretos.

    Fazer sonetos não é tão-somente
    meter palavras dentro do aparelho
    e dar à manivela sem que a gente
    distinga o cor-de-rosa do vermelho.

    Antes do mais, é necessário ter
    suficiente engenho como teve
    Luís Vaz de Camões, a quem se deve

    a perfeição maior, e não sofrer
    de falta de sentido musical
    e miopia de ordem cerebral!

    JOÃO DE CASTRO NUNES

    Coimbra, 11 de Dezembro de 2009.

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  4. Escrever num guardanapo
    é sinal de pouco senso:
    melhor seria num lenço
    ou mesmo até num farrapo.

    Agora num guardanapo
    onde a gente limpa a boca!...
    pela parte que me toca,
    eu preferia num trapo!

    De resto, que tem a ver
    o guardanapo em questão
    com os olhos do zarolho
    que se encontra em discussão?!...

    JCN

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