domingo, 18 de outubro de 2009

Pedritas

Caminho o caminho
de terra.

Desemboco na praia
deserta.

O extenso areal
frio.

Um círculo de pedras
sagradas.

Caminho pelo areal até
aos rochedos.

Protegido pela
falésia.

Ultrapasso-os.

Desemboco numa pequena
baía.

Recôndita de pedritas
redondas. Lisas.

Sento-me a
pescar.

Preparo o manto para
a noite.

Estelar.

Eu sou os
elementos.

Explosão cósmica
silêncio.

Incandescência tudo
latente.

Exterior e interior
um.

Respiração fusão
nada.

És
a noite.

9 comentários:

  1. Ok, Nuno, já se percebeu.

    O médico "da" família - a não confundir com essa coisa popularucha do médico "de" família - deve ter receitado três (poemas, claro), antes do deitar.

    Podiam é ser poemas. Mesmo. Pode?

    É que o saltar degraus de dois em dois (versos) está a dar-me uns solavancos no estômago, nada recomendáveis na minha idade.

    O que isso não fará em quem tenha o dobro da minha idade...



    Agora, a sério, Nuno.
    Creio que "só falta" que cada estrofe seja verdadeiramente um poema, em si mesma. Com vida própria, se fora deixada isolada.

    Quando isso for conseguido...

    Isto não é crítica, nem muito menos uma crítica.
    É apenas e só um parecer(-me), em cordialidade, e algum humor.

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  2. Maltez, JCN, baal e Damien: a mesma pedrada!

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  3. Rasputine, essa deixa não era a do baal?

    Acho que o Raspu (Vladimir) "Putine" não deu conta que, se calhar, é doutra pedreira. Será?
    Bem, mas só os raspartiças podem sabê-lo.

    Venha de lá a primeira pedra!

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  4. Alguém, por acaso, viu por aí passar... o humor?!... Era favor... dar parte. Trata-se de perigoso evadido... a contas com as autoridades académicas deste país... cheio de poetas e respectivos hiper-críticos... rondando as fronteiras do grotesco. Dão-se alvíssaras! JCN

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  5. Se cada estrofe... for um poema, então deixa de ser poema... para ser um poemário! Ora vejam lá! JCN

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  6. Adorei aquela das "autoridades" académicas... Fez-me lembrar outros tempos... de outra senhora e de outros senhores.

    Muito grato, a quem me faz assim não desamar tanto isso que mais me cheira a bafio de impanços e a bolor de empoleirados.

    Quanto à estrofagem e poemice, nada a dizer senão que, afinal, a "autoridade" desautoriza-se a cada passo. (Quem começou por falar em desperdício... de papel?)

    Nem Camões logra ensino aos tais, que se não acham ensináveis. E nada ensinam também.
    Ora vejam lá! LPR

    (Abraço ao Nuno, é claro! E aos outros, também. Ao outro: uma bela duma "biqueirada", ... no papel químico já gasto!)

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  7. engraçada a vossa acepção de poesia, JCN e Damien...

    Nuno, és poema e poesia!

    Amo-te.

    Ler-te, em todas as acepções, é um privilégio. Ainda bem que te (com)partilhas.

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