terça-feira, 13 de outubro de 2009

Os Véus da Linguagem

As pessoas continuam falando que a filosofia não progride realmente, que continuamos ocupados com os mesmos problemas filosóficos que preocupavam os gregos. Isto porque a nossa linguagem permaneceu a mesma e continua nos seduzindo a perguntar as mesmas questões. Até quando continuar existindo um verbo `ser' que parece funcionar do mesmo modo que o verbo `comer' e `beber', até quando continuarmos tendo os adjetivos `idêntico', `verdadeiro', `falso', `possível', até quando continuarmos a falar de um rio do tempo, de uma porção (expanse) do espaço, etc. etc., as pessoas continuarão tropeçando sobre as mesmas dificuldades enigmáticas e encontrar-se-ão olhando fixamente para algo que nenhuma explicação parece capaz de clarificar.
Wittgenstein

fonte:http://jonadas.blogspot.com/2006/02/traduo-de-algumas-passagens-de-culture.html

9 comentários:

  1. Quanto mais pensamos mais nos baralhamos. Será verdade?

    Por vezes penso que o melhor é apenas observar o mundo, e extrair da nossa experiência passada e presente para a futura.

    A nossa linguagem é aparentemente complexa. Há que simplificar.

    Se inventássemos uma nova linguagem, não nos baralhár-nos-iamos na mesma?

    Que nos baralha: a linguagem ou o mundo? (ou nós próprios, enredados no samsara?)

    Há que nos libertarmos dos véus, pelo... amor (?)

    Há que aceitar plenamente a nossa sensibilidade.

    Não só do pensamento, mas também e muito dela advém a filosofia.

    Pois diz-se que a filosofia começa no espanto.

    E o espanto começa na sensibilidade. Ou começará na interrogação sobre os dados da sensibilidade?

    E valerá a pena interrogarmo-nos, ou será melhor apenas fruir o mundo?

    Em que consiste a sabedoria, a atitude sábia perante a nossa finitude?

    Existirão de facto véus, ou a existência de véus não passa de nevoeiro nas nossas mentes?

    Se sim, que nevoeiro é esse?

    Será o eu tentando impor-se sobre a realidade, tentanto exercer a sua vontade sobre a mesma, tentando ser Deus?

    Há que mergulhar no jogo da realidade. Ou não?

    Atentar à respiração, tocar na terra, espantar-nos com a sublimidade da paisagem...

    Estaremos de facto na era da sensibilidade, ou nela entrando, após a era da tecnologia?

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  2. Daí a necessidade de aprender outras línguas, que veiculam outras possibilidades de experiência do mundo. No nosso caso, se possível, línguas não indo-europeias. Ou, melhor que tudo, compreender e experimentar, no seio da própria linguagem, a vacuidade de todos os conceitos e palavras. Silenciar-se falando, bem mais difícil e fecundo do que slenciar-se silenciando-se.

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  3. claro, é preciso criar novos conceitos, outro valor para as expressões e mesmo outra forma de pensar, só assim construimos outro mundo. não podemos continuar refens do uno.

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  4. Inventarmos novos conceitos, para deles ficarmos reféns? (segundo o teu raciocínio).

    E quem está refém do uno?

    Não estaremos antes reféns do nosso próprio pensamento?, dos nossos preconceitos?

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  5. E que véus tem a linnguagem se não os véus, se os há, do próprio pensamento?

    E o que é um véu do pensamento, se não um eu que se intromete entre a consciência e a consciência da realidade?

    E já isto é teorizar...

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  6. Medol fane? Cosine pu mante, oro. Meteku pilo doma leka... Espo serti fisso. Mune.

    Hilo pate xinti fane. Olo.

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  7. ´´O XERO: que indo-europeu... é esse?!... JCN

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  8. A tecnologia e a sensibilidade... não são incompatíveis: a Poesia faz a ponte. JCN

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  9. os conceitos funcionam em caleidoscópio, nunca são os mesmos, são múltiplos. uma das ideias do uno é que o conceito é estático, por isso repito é preciso pensar de outra forma, não um pensamento de consciência mas nómada, os coceitos fluem são sempre novos, popr iso reféns só da criação, da multiplicidade.

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