sexta-feira, 16 de outubro de 2009

No fio do sagrado

Descalça-te

dirige-te ao mais secreto íntimo

a caminho contemplarás
e verás que tudo o que pode desabar está sempre por um fio

o fio partir-se-á quando chegares
e logo saberás que nada desaba.

4 comentários:

  1. "O mundo é mundo por um triz" - Teixeira de Pascoaes.

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  2. E por outro triz... poderá deixar de sê-lo. Em cronologia cósmica... é daqui a pouco. Te arrenego! JCN

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  3. Como Lapdrey ficou "paralítico" - de tanto olhar 360º em volta, em todos os descritivamente geométricos sentidos, - venho eu aqui afiar a língua no fio da lâmina, perdão, do sagrado.

    Começo por descalçar-me do indiscreto do passo: sem estardalhaço.

    E, entre o esticar a corda do deslumbre habitual perante o lavrar de texturas por que Luiza se escreve, e o estar (sei-o) em tal visitação o meu desabe sempre por um fio, vejo-me chegar ali onde, a caminho do que nunca chega, o incompleto está sempre inteiro.

    Sinto-me como timo no íntimo, e como se calçado de ver, na quase contemplação do segredo insolúvel que é o apenas chegar-se a porto de destino quando a corda se parta do rumo que, em puro desnorte, quanto mais nos perca mais nos faz encontrar-nos.

    Obrigado, Luiza: sempre.

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  4. Luiza,

    Como por um fio do sagrado, assim nos movimentamos na dança silenciosa dos pés. Pode o mundo desabar que no fio da navalha o secreto íntimo sobreviverá... "mundo por um triz".

    Saudades do caminhar descalço que nos trazes.

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