A cegueira de ser só um
Frágil vitral aquático a luzir de dentro
O universo inteiro na ponta da faca de dois gumes
A traição de querer a desolação de ter um rumo
O que fica na memória a servir de lastro à esperança
Ser criança é nada esperar não há o que virá
Não se constrange o que não tem dono
O frio quando há frio a dor se houver dor
A alegria está em tudo nem da tristeza se distingue
Todo me despedaço de luz dançarina
O nevoeiro da manhã é ponte e portal
Não há dentro nem fora
No coração da aurora a perdição inaugural
Arqueiro do impossível todo o esforço é o Longe a despontar
Há um rio que separa as duas margens de não ter fim
Duas pombas de cristal azul afloram as águas e penetram na espuma da angústia
E precipitam-se no fundo de olhos frescos absorvo a inquietude que atravessa o aqui
Tudo é passagem toda a força é miragem e agonia
Só principia o que já morreu
E precipitam-se do céu transmutadas em risos de condor as pombas idas do amor dilacerado em mundo
gostei muito
ResponderEliminarregresso em força
abraço