sábado, 17 de outubro de 2009

Cinemático

O extenso areal
vazio.

Repleto de
conchas.

Amo-as.

As ondas erguem-se
belas.

Lineares.

Tudo respira em
harmonia.

Silêncio.

A brisa anuncia
o vazio.

Deus fez o mundo
incompleto.

Tudo é
parcelar.

Não chega a
ser.

Pedaços de
nós.

Mergulho no mar
solitário.

Abraça-me.

Num instante sou
pleno.

Como um golfinho
ao longe.

Negro, brilha
submerge.

Causa espanto ao
passar.

Do areal leito
deito-me.

Reflicto nos meus
nadas.

Simplesmente sou, estou
aí.

Não mais que uma
concha.

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