Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
"Do exílio voluntário", João Clímaco
Foto: Dai Oni, "Sadogashima"(Ilha de Sado, ou do Exílio), Japão
Fonte: Flickr
(Segundo uma tradição muito antiga, o primeiro exilado nesta ilha terá sido o poeta Hozumi no Asomioyu, que ali chegou em 722. O segundo, por ironia, haveria de ser o imperador que ali o exilara. Lá sofreu também exílio o monge budista Nichiren Daishonin, que para lá foi enviado por três anos, antes de receber o perdão, em 1274)
Do exílio voluntário
1. É exílio voluntário o abandono sem retorno de tudo o que, na pátria, nos impede de alcançarmos o objectivo da piedade. (...)
3. Posto que um profeta é, como diz o Senhor, invariavelmente desprezado na sua pátria (cf. Jo. 4,44), zelemos para que o nosso exílio voluntário não se nos torne ocasião de vanglória. Pois um tal exilar-se é apartar-se de todas as coisas para tornar em si inseparável de Deus o pensamento. O exilado é o amante, e o artesão, da permanente aflição. O emigrante, aquele que se furta a toda a ligação com os seus parentes, como se de estranhos se tratasse.
São João Clímaco, “A Escada Santa”, degrau terceiro, vers. 1 e 3
(Fonte: Saint Jean Climaque, "L´Échelle Sainte", Ed. Abbaye de Bellefontaine, Bégrolles-en-Mauges, 1978, pág. 47 e seg.)
Damien, como me tocam, esta imagem e texto!
ResponderEliminarSó lamento não honrar os teus e vossos posts com mais e melhores comentários, mas o tempo foge-me para o tudo-nada que, no habitual desatino, ando a (não) fazer.