Desfaço-me na brisa e rocha impura broto além
Feito de maresia e alegria pura sou o mesmo e ninguém
Nem homem já nem o que seja que se veja
E se queira frente a um espelho
Giesta e cascalho adormecido por fora
Aluvião do fundo do rio sem destino nem paragem
nem miragem nem real
Todo o deserto e toda a planura
A terra escura debaixo do chão
Canção de pedra que ampara as vozes dos perdidos
Campo de sortes e catedral
De muitas mortes rasgado largado na imensidade
Com medo da claridade que há lá bem no fundo
No fundo das coisas haverá poesia?
ResponderEliminarNo "fundo" das coisas, as coisas serão ainda coisas?...
ResponderEliminarE estará a poesia nas coisas, ou em algo que as perpassa e porventura nelas repousa, porque esteja no olhar de quem as olha e por elas passa, e assim as olha porque elas o olhassem?
Céu e Terra
ResponderEliminarambos nos (des)orientam
Belo poema, Paulo.
Belo*