Na tristeza dos triunfos
e na alegria das dores
és nada pelo que digas
só vales pelo que fores.
Agostinho da Silva
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Para os homens de palha um simples fósforo é tão terrível quanto uma bomba de neutrões.
Por isso se apressam a procurar o fim da primeira estrada de tijolos amarelos que encontrem. É interessante notar que ‘tijolos’ rima com ‘miolos’, precisamente o que o espantalho do mais aclamado filme de Hollywood tão pressurosamente procurava. Queria ser um pensador. Se possível digno de aparecer nas galerias dos pensadores. Para depois, ou de entremeio, poder subir mais alto, como diz a poeta com outros dizeres menos meritocráticos, na voz melodiosa do Represas.
Como o caro leitor já se deve ter apercebido, o ex-presidente Bush enquadra-se perfeitamente neste mitema americano e, há que reconhecê-lo, deste nosso mundo globalizado. É que não há melhor estereótipo do pensador, nos dias que hoje correm ao sabor da fúria mediática e do esganiçamento da busca de protagonismo, do que o político. Aquela aranha maquiavélica urdidora de intriga, auto-seduzida, que se julga o que há de mais inteligente. Com miolos, então, onde é que não poderia chegar (no caso de Bush, talvez dada a escassez de mioleira de primeira, à prateleira dourada dos ex-presidentes, onde não pode competir com Clinton).
O ‘cowboy’ (cá temos o nosso tão pitoresco campino, por isso vou usá-lo como símile) chega-se à beira da tal estrada amarela (que também pode ter outra cor), vê o que lhe parece ser um colosso e pergunta: «Ó História! Ó História, arre qu’és mouca! Ó História! Posso escarrapachar-me às tuas cavaleiras?». E, Zás! O mundo a ser salvo à bomba, às arrecuas e com muito brado.
Mas também temos por cá a nossa padeira de Aljubarrota, essa espécie de Condoleezza Rice dos tempos em que o tal colosso efeminado era façanhudo e se preparava, em germe (cuidado, caro leitor, com a gripe A, se espirrar ligue para a linha Saúde 24 e lave as mãos e o telefone), para dar novos mundos ao mundo, tal como, pela mão da opulenta padeira, deu bordoada no casco dos castelhanos. A mensagem subliminar é simples: «nós damos-vos o arroz!», palavra de Condoleezza.
Eu, cá para mim, desconfio que a História foi abusada pelos comunistas. Emborracharam-na com vodka e aguardente de arroz e tentaram fazer dela o que queriam. Cambada! E nós cá com tanto medronho! Mas pronto, hoje as coisas são diferentes, não há esquerda nem direita, só para a frente. Eu tinha um vizinho cujo carro não tinha marcha-atrás. Era um daqueles carros muito antigos que, no tempo em que vieram à luz do dia foram baptizados de ‘ora bolas!’, eram bonitos à frente, mas a traseira era uma aberração, não se pode ter tudo… Quando havia que corrigir o rumo, só de empurrão, para gáudio da vizinhança. Pior, só um carro que ele depois comprou que não virava à esquerda. Como era um Mercedes, velho mais velho que a peste, sempre dava mais nas vistas e tinha mais ‘classe’.
Melhor que isto só uma nau catrineta, em cima dum reboque e com uma abertura de lado, para ir vender bifanas e carrascão à porta dos estádios de futebol. Há que fazer pela vida. Isto lembra-me que esse meu vizinho era caixeiro-viajante. Hoje, com os hipermercados por todo o lado, é uma profissão quase, quase, praticamente extinta. Há, portanto, que defender os direitos dos almocreves, ó povo ignaro, esquecido da História!
Para tudo... há leitores! JCN
ResponderEliminarAgostinho não quero ser
ResponderEliminarcom discípulos tais.
Este rapaz sem saber
que vá apanhar pardais!
JCN
Caro JCN, agradeço que deixe de atacar e agredir gratuitamente quem aqui publica ou ver-me-ei forçado a apagar todos estes comentários. O mesmo digo a todos os outros.
ResponderEliminarhttp://www.blogger.com/profile/08520104964820427587 - JCN 1
ResponderEliminarhttp://www.blogger.com/profile/06477896394016957610 - JCN 2
Que fazer?!
Grato pelo esclarecimento. Já sei o que fazer.
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