Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Se queres atingir o satori pelo zen esquece o zen e o satori, os ensinamentos dos mestres; usa os teus próprios meios
"O eu é o mestre do eu" - mesmo isto é para esquecer, porque não há mestre nem eu, se assim o quiseres. Se quiseres prostrar-te, prostra-te. Se o não quiseres, não o faças. Age de acordo com a tua consciência, se assim o quiseres. Ser carneiro ou pastor, escolhe. Existem carneiros, mas não existem pastores: mesmo o pastor é um carneiro. E mesmo o carneiro é erva no campo. A erva no campo é vento. Eu sou vento. De facto, tudo é vento. Se quiseres, nada é vento. O vento não existe. Nem qualquer igualdade entre os seres. Pois o teu pensamento é o teu pensamento. Quem sou eu para te dizer o que há e o que não há, o que é e o que não é? Bem gostaria que pensasses como eu, mas... para quê?, para obter uma rotunda concordância? Prefiro que te libertes, eu, que não sou liberto: o zen é esta consciência. E é a consciência de estar liberto, aqui e agora num instante, mais ou menos prolongado, que se esvai para o nunca ter sido, iluminando-nos como uma luz interior na ampla escuridão da mente. A mente propriamente não existe, mas apenas a erva no campo. A mente é isso: é e não é verde. É uma pedra e o brilho do Sol sobre essa pedra. Porque o zen é tudo e isso é a budeidade. Mas eu não sei o que é a budeidade, é demasiado pura. Do puro nada se diz que não que é puro, para não se o sujar. Se quiseres, suja-o.
E que tal esquecer palavras e pensamentos e repousar onde não há apoio?
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