a serenidade que sabe é uma passagem para o eterno. a sua porta gira sobre os gonzos que um hábil ferreiro um dia forjou a partir dos enigmas da existência.
...
à última badalada, o silêncio torna-se ainda mais fundo. ele estende-se até àqueles que durante as duas guerras mundiais foram prematuramente sacrificados. o simples tornou-se ainda mais simples. o sempre idêntico supreende e desdobra-se. o apelo do caminho do campo é agora inteiramente claro. é a alma que fala? é o mundo? é deus?
tudo diz o abandono ao mesmo. o abandono não destitui, mas dá. ele dá a inesgotável força do simples. o apelo repatria para uma recôndita origem.
Aquele que, lembrando-se de mim na sua derradeira hora, abandona o seu corpo mortal e parte, esse acede ao meu ser; não existe dúvida sobre este ponto.
ResponderEliminarBagavad Guitá, VIII, 5
Então, o que acontece quando morremos? É como se estivéssemos a regressar ao estado original, tudo se dissolve quando o corpo e a mente se desenredam. Os três «venenos» - ira, desejo e ignorância - morrem todos, o que significa que as emoções negativas, a raiz do samsara, terminam completamente e surge uma «fenda».
ResponderEliminarOnde nos leva este processo? Para a base primordial da natureza da mente, com toda a sua pureza e simplicidade natural, pois tudo o que a obscurecia é removido, revelando a nossa verdadeira natureza.
O Livro Tibetano da Vida e da Morte, Sogyal Rinpoche
O mestre, tal como o principiante, não conhece o medo, mas ao contrário deste torna-se de dia para dia mais imune ao terror. Ao longo de anos de constante meditação ele descobriu que, no fundo, vida e morte são uma e a mesma coisa, e pertencem ao mesmo plano do destino. Por isso já não distingue a angústia da vida e o medo da morte. Ele tem prazer em viver neste mundo - o que é muito característico do espírito Zen - mas em qualquer altura está preparado para separar-se dele, sem se deixar perturbar pela ideia da morte.
ResponderEliminarEugen Herrigel, Zen e a Arte do Tiro com Arco
“Ser ou não ser, eis a questão: será mais nobre
ResponderEliminarEm nosso espírito sofrer pedras e setas
Com que a Fortuna, enfurecida, nos alveja,
Ou insurgir-nos contra um mar de provocações
E em luta pôr-lhes fim? Morrer.. dormir: não mais.
Shakespeare, Hamlet
o repatriamento é assumir a não-pátria
ResponderEliminaraqui-agora
a vida singular/sujeito não é mais que a actualização de uma vida imanente, é no plano de imanência ou campo transcendental como potência que flui uma vida, que se actualiza na vida do sujeito. todas as coisas e todos os seres aparecem como expressões, como actualizações de virtualidades do plano imanente, como formações transcendentes produzidas sobre o plano.
ResponderEliminarnão ensandeci, só tenho que estudar o g. deleuze (o que vai dar quase ao mesmo)
o texto, como é evidente é de m. heidegger- o caminho do campo- trad. prof. m. blanc
baal,
ResponderEliminarCheguei e vou partir de novo.
Vou perguntar às gaivotas!...
Vou ver se a serenidade é essa eterna passagem ou se não há passagem para a eternidade... nem "gonzos", nem "ferreiros", nem mesmo os maiores enigmas têm mais importância do que ouvir a respiração das flores.
Serenamente...
A "Origem" é onde nos sememos em asas para além dos tempos e do tempo: para além do para além !...
Não, a alma não é deus e o espírito vive nos olhos do Vivente e de todos os seres, formando com eles um todo. E cada um é como um fruto: inteiro, uno, como uma semente nos céus, movemos e incendiamos nossos corpos e nossas mentes...
E pensamos no ser "do.ente" que somos. Assim ficamos mesmo doentes! (sorriso)
E na ternura de uma Saudade pura, quem sabe se de volta ao jardim!?
Bjos, baal.
Um resto de férias "Deleuze.ciosas"
Andam brincando com as palavras
ResponderEliminarBaal, estás de facto inspirado...mas q resposta, heim? um bj para ti e sauddsfut
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