sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Na Sem-fronteira

Até Oriente então, na sem-fronteira,
chegamos a viajar no Expresso sem bagagem,
portados até o porto de Istambul,
minha terra dos dons e as confluências.
Entornou-nos na piscadela das paisagens
em cor vermelha o véu desde a mesquita
para orar à minha deusa Iemajá
na fonte de Allah, Salam, olho em amor.
Ali achei assento de pastora,
útero de loba que acarinha o cordeiro dos deuses
e fiquei. Passou o tempo, já resido.
Solicito reunificação familiar
com irmãos ao longo deste mundo,
espécie homo de Eva e de Lilith.
No caminho perdemos o caminho
com ás de Oriente em borboleta
e quarto endereçado de leões.

8 comentários:

  1. quem o bom o recolhimento nessa diáspora...
    :)

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  2. Diáspora diafónica, diacrónica com o olhar nas janelas que abram às palavras do Paulo...
    Obrigada, anónimo amigo. Feminino é também um estado da alma e uma parte de nós todos.
    Abraços

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  3. Amiga Iolanda Aldrei, quem posta neste blog nao pode postar naquela coisa que da pelo nome de «BAR DO OSSIAN»

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  4. Este blog eu adoro. O bar do Ossian é o blog de uma pessoa que me pediu um texto para publicar ali. Conheço apenas disto. Nao sei mais dele. Apenas posso que nas poucas, e sempre públicas, palavras que trocamos foi muito educado.
    Desculpem-me por estar longe e saber pouco, mas... nem conhecia estes problemas. Sempre acredito nas pessoas em quanto nao tenho factos para rejeitar.
    E gosto de poder chegar a esta casa maravilhosa e retribuir um bocadinho tantas palavras que me entregam.
    Um abraço

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  5. Iolanda, no fundo não há "problemas".
    O pior que pode acontecer-nos é ver-nos metidos em intrigas e aversões. Considero que é o coração que nos deve servir de guia.
    A negatividade deve ficar com quem a alimenta, é esse o tesouro dos que não são capazes de ser dar com inteireza.
    Não é melhor não colher as flores e deixá-las ser o que são? O mesmo se aplicará aos cardos que também dão flor...
    É que o mundo não tem que ser um jardim, tem apenas que ser aquilo que é.
    O coração, sim.
    E a visão edénica partilha-se e faz-nos "crescer".

    :)

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  6. Um sorriso, Paulo. Assim é que penso eu, na Sem-fronteira, mesmo. Se feias aparecem essas linhas que a política torna muros onde a terra nao os colocou, mais feias sao ainda as fronteiras entre as pessoas que se criam. Nesta altura, na Terra Verde medrou um cardo que está a florir. Nao admiro menos que as rosas. Nunca comprendi a diferência entre as boas e as más ervas, é por isso que nunca vivo num jardim, mas sim num bosque vivo.
    Um abraço de coraçao.

    NOTA: No meu anterior comentário, onde está escrito " Apenas posso que nas poucas (...)" queria dizer "Apenas posso dizer que nas poucas (...).

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  7. Paulo,
    Estava a ler e ver o teu blog Devaneios de um peregrino da palavra. É curioso o texto e a foto desta polémica sobre a minha publicaçao no Bar do Ossian intitula-se Flores de Luz como o teu poema e a tua foto do 31 de Maio. Feliz coincidência.
    Dou por bom o acontecido apenas por este encontro espiritual.
    Um abraço

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