Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
"Dentro em si achará cada um tudo o que nota nos outros"
Porque a forma é una e universal e o ser humano é, na infinita e colorida, ruidosa e silenciosa, parada e mutável, escuridão da mente, microcosmos. A diferenciação é i-lusão e a desilusão é a entrada no grande jogo da grande roda. Dimensão totipotente, plena em possibilidades de fusão, união e morfose. Também tudo isto é conceptualização e apenas a i-lusão não ilusória é (ou deveria ser, ou pode ser se quimicamente, cerebralmente, estivermos predispostos).
acção, reacção, atracção, repulsão: a própria dialéctica é uma ilusão (falsidade). há movimento. tudo vem misteriosamente desse vazio. o mundo é como uma construção, mas quem sabe se não existe tudo ao mesmo tempo, em dimensões diferentes, passado, presente e futuro; e sempre ("Deus conhecia o mundo antes de o criar").
Pois, mas o que habitualmente se nota nos outros não é esse Nada, mas sim o de que se gosta e não gosta... Martinho de Dume é um fino conhecedor da mente humana, que não mudou desde a sua época, o séc. VI, até hoje...
O Nada está para lá deste mundo, acessível pela mente, e no entanto pervade este mundo. Pervade tudo e tudo é. Panteísmo nirgunico, pan-ateísmo, Nada = D-us = Mundo.
... O que se "nota" nos outros é o que se pode notar, não pode ser o que está "dentro em si"". A ira, ou outro sentimento só é notado, se nos deixamos tomar por ela, tal como o amor. Mesmo o Amor é acontecido no ser. O ser que está "dentro de si" não nota nada (é sem imagens...) O ser que está "dentro de si" é o Nada onde Deus é sem imagens, sem "os outros", mas com o Todo.
No mundo, somos irmãos, mas na essência, somos Vazio.
Não é disso que fala o autor... O que diz é que só se reconhece fora o que se tem dentro, só se atribui a alguém aquilo que em nós experimentamos e conhecemos. Este "dentro" é a subjectividade psíquica, não a vacuidade supra-essencial.
Parece que ele diz que tudo o que há em mim, por exemplo, há em ti/si. Apenas isso. E esta interpretação leva-nos para a universalidade da forma = tudo tem o mesmo fundo. Mas respeito a opinião de alguém que certamente sabe mais que eu, embora compreenda que o comentário se referisse se nã estou em erro ao comentador Nada, nada.
o bom e o mau, para usarmos conceitos, que há em cada um de nós há em todos nós. por exemplo, quando vejo uma pessoa invejosa, deverei compreender que também eu tenho nem que em potência a inveja dentro de mim. e tudo o que há nela há em mim. mas no domínio interior, da subjectividade sim, não da acção.
Pois não. Por isso deve ser dito o que ficou dito. Para que não haja confusões entre aquilo que é o que verdadeiramente importa e o que o pensamento subjectivo supostamente nota,nos outros. A mente humana é a razão de muitas confusões e complicações. Infelizmente mudou muito pouco.
A experiência é benéfica, mas é só a "nossa" experiência subjectiva, portanto. Imparcialidade!? Quem verdadeiramente a vive?
Compreendo o que o autor pretende. A ética também é importante. Os espelhos estão é gastos de tanto reflectirem. Precisamos de um espelho mais "puro".
Caro Parasensorial, de facto respondia a Nada, nada... Quanto ao resto, apresento apenas a minha interpretação. Provavelmente li mais livros, mas isso obviamente não faz com que necessariamente "saiba" mais.
Ao que parece, caro Paulo Borges,os "espelhos" nem sempre reflectem o que o outro é ou pensa. A frase inversa também é igualmente válida e verdadeitra. "O que é" não reflecte nem se deixa reflectir, pois... como sabe,não é espelho. Pode até parecer opaco, mas está para além do que é matéria e mente. A "experiência" de Deus e com Deus não tem Outro, nem Si.
Na dimensão do profano, uma proposição da natureza da citada, seria "senso comum". No contexto em que é recolocada parece afastar-se ainda mais do que pretende com a citação de São Martinho de Dume...
... ou trata-se de mais uma das citações de que se demarca o filósofo, Paulo Borges?
Car@ Nada, nada..., estou inteiramente de acordo com o que diz no primeiro parágrafo. Quanto ao resto, não creio que a citação se afaste do que com ele pretendo e esta é na verdade uma citação que assumo plenamente, no seu nível próprio e relativo, que é o da psicologia ética.
Existirá algo para lá da mente? Não no sentido de só esta existir, mas no de existir algo mais fundo e amplo do que ela. Se viajarmos mentalmente, viajaremos para lá da mente, ou estaremos ainda na mente? A mente a que me refiro não é minha nem tua nem de ninguém - como a Cantiga da Rua - mas a Existente, da qual somos emanações que trazem consigo o poder dela. Temos apenas de descobri-lo e assim perpassar com a visão esta dimensão, para lá da visão, e descobrir os múltiplos seres "materiais" que se ocultam no espaço e nos acenam.
sex shop: olha para a camisa: será uma camisa?: vê a árvore caída no chão: será uma árvore?: as folhas ao vento ao longe, nos enormes eucaliptos: serão seres que te acenam?
Há um execício que faço todos os anos com os meus novos alunos: digo-lhes para descreverem a pessoa de quem menos gostam, ou que mais detestam, tentando incluir na lista todas as qualidades negativas de que se consigam lembrar. E garanto-lhes que serei capaz de adivinhar a que sem se referem. E peço-lhes para deixarem um espaço em branco no início da folha, antes da lista. Depois de ver que as listas estão devidamente preenchidas peço-lhes para escreverem o seguinte no espaço em branco: "eu acredito que tenho as seguintes qualidades negativas, mas o meu professor de filosofia garante-me que estou enganado/a, compromentendo-se a fazer tudo ao longo deste ano lectivo para que eu possa mudar de ideias acerca de mim." Na prisão tive que adaptar um pouco a coisa, mas deu origem a uma das aulas mais intensas que vivi até hoje.
Luís de Castro: fantástica questão: responderia a mente. A realidade está aí para ser desvelada. A mente é que é incapaz na maioria das vezes por desajuste químico de a ver como ela é: i-lusão. Até a mais feroz fera amansa ante quem assim vê e entra no jogo.
Paulo, repito que gostava de ter sido teu aluno. Uma experiência dessas não se esquece e faz de um empregado um Professor-Mestre, que nos abre os olhos para nós mesmos.
Vou fazer um print screen destes comentários, estou diante duma manifestação interessante do delírio esquizofrénico e da cisão do Eu. "Escrever sozinho" é apenas um modo mais elaborado de "falar sozinho".
Espelho meu, espelho meu, há alguém mais beato do que eu?
ResponderEliminarPorque a forma é una e universal e o ser humano é, na infinita e colorida, ruidosa e silenciosa, parada e mutável, escuridão da mente, microcosmos. A diferenciação é i-lusão e a desilusão é a entrada no grande jogo da grande roda. Dimensão totipotente, plena em possibilidades de fusão, união e morfose. Também tudo isto é conceptualização e apenas a i-lusão não ilusória é (ou deveria ser, ou pode ser se quimicamente, cerebralmente, estivermos predispostos).
ResponderEliminarIsto aplica-se ao positivo e ao negativo...
ResponderEliminarestava a pensar nisso neste preciso momento.
ResponderEliminarTalvez esse pensamento em nós se haja pensado simultaneamente...
ResponderEliminarclaro. ambos olhávamos uma estrela. visões semelhantes, pensamentos semelhantes. a sério, não sei: "a filosofia é uma lição de impoder".
ResponderEliminarNão há, a meu ver, positivo ou negativo, na leitura que faço. Dentro de cada um é o Nada, nesse Nada não cabe nada, nem de si nem de Nada.
ResponderEliminarEra um beato e um santo era... esse de Dume!
acção, reacção, atracção, repulsão: a própria dialéctica é uma ilusão (falsidade). há movimento. tudo vem misteriosamente desse vazio. o mundo é como uma construção, mas quem sabe se não existe tudo ao mesmo tempo, em dimensões diferentes, passado, presente e futuro; e sempre ("Deus conhecia o mundo antes de o criar").
ResponderEliminarPois, mas o que habitualmente se nota nos outros não é esse Nada, mas sim o de que se gosta e não gosta... Martinho de Dume é um fino conhecedor da mente humana, que não mudou desde a sua época, o séc. VI, até hoje...
ResponderEliminarO Nada está para lá deste mundo, acessível pela mente, e no entanto pervade este mundo. Pervade tudo e tudo é. Panteísmo nirgunico, pan-ateísmo, Nada = D-us = Mundo.
ResponderEliminarDevias ler Escoto Eriúgena...
ResponderEliminar... O que se "nota" nos outros é o que se pode notar, não pode ser o que está "dentro em si"". A ira, ou outro sentimento só é notado, se nos deixamos tomar por ela, tal como o amor. Mesmo o Amor é acontecido no ser. O ser que está "dentro de si" não nota nada (é sem imagens...)
ResponderEliminarO ser que está "dentro de si" é o Nada onde Deus é sem imagens, sem "os outros", mas com o Todo.
No mundo, somos irmãos, mas na essência, somos Vazio.
Não é disso que fala o autor... O que diz é que só se reconhece fora o que se tem dentro, só se atribui a alguém aquilo que em nós experimentamos e conhecemos. Este "dentro" é a subjectividade psíquica, não a vacuidade supra-essencial.
ResponderEliminarParece que ele diz que tudo o que há em mim, por exemplo, há em ti/si. Apenas isso. E esta interpretação leva-nos para a universalidade da forma = tudo tem o mesmo fundo. Mas respeito a opinião de alguém que certamente sabe mais que eu, embora compreenda que o comentário se referisse se nã estou em erro ao comentador Nada, nada.
ResponderEliminaro bom e o mau, para usarmos conceitos, que há em cada um de nós há em todos nós. por exemplo, quando vejo uma pessoa invejosa, deverei compreender que também eu tenho nem que em potência a inveja dentro de mim. e tudo o que há nela há em mim. mas no domínio interior, da subjectividade sim, não da acção.
ResponderEliminarnaturalmente o "nota" refere-se aos comportamentos/fisicalidade/aparência pelo óbvio que o interior só se se conhece pelo exterior.
ResponderEliminarPois não. Por isso deve ser dito o que ficou dito. Para que não haja confusões entre aquilo que é o que verdadeiramente importa e o que o pensamento subjectivo supostamente nota,nos outros. A mente humana é a razão de muitas confusões e complicações. Infelizmente mudou muito pouco.
ResponderEliminarA experiência é benéfica, mas é só a "nossa" experiência subjectiva, portanto. Imparcialidade!? Quem verdadeiramente a vive?
Compreendo o que o autor pretende. A ética também é importante. Os espelhos estão é gastos de tanto reflectirem. Precisamos de um espelho mais "puro".
Caro Parasensorial, de facto respondia a Nada, nada... Quanto ao resto, apresento apenas a minha interpretação. Provavelmente li mais livros, mas isso obviamente não faz com que necessariamente "saiba" mais.
ResponderEliminarAo que parece, caro Paulo Borges,os "espelhos" nem sempre reflectem o que o outro é ou pensa. A frase inversa também é igualmente válida e verdadeitra. "O que é" não reflecte nem se deixa reflectir, pois... como sabe,não é espelho. Pode até parecer opaco, mas está para além do que é matéria e mente. A "experiência" de Deus e com Deus não tem Outro, nem Si.
ResponderEliminarNa dimensão do profano, uma proposição da natureza da citada, seria "senso comum". No contexto em que é recolocada parece afastar-se ainda mais do que pretende com a citação de São Martinho de Dume...
... ou trata-se de mais uma das citações de que se demarca o filósofo, Paulo Borges?
Um abraço.
Car@ Nada, nada..., estou inteiramente de acordo com o que diz no primeiro parágrafo. Quanto ao resto, não creio que a citação se afaste do que com ele pretendo e esta é na verdade uma citação que assumo plenamente, no seu nível próprio e relativo, que é o da psicologia ética.
ResponderEliminarRetribuo o Abraço
Existirá algo para lá da mente? Não no sentido de só esta existir, mas no de existir algo mais fundo e amplo do que ela. Se viajarmos mentalmente, viajaremos para lá da mente, ou estaremos ainda na mente? A mente a que me refiro não é minha nem tua nem de ninguém - como a Cantiga da Rua - mas a Existente, da qual somos emanações que trazem consigo o poder dela. Temos apenas de descobri-lo e assim perpassar com a visão esta dimensão, para lá da visão, e descobrir os múltiplos seres "materiais" que se ocultam no espaço e nos acenam.
ResponderEliminarParte o espelho e perpassa em visão a realidade.
ResponderEliminarA realidade tem véus, há que desocultá-los pela vívida visão que vai para lá da visão habitual.
ResponderEliminarDeviam todos ler ESCROTO DA UVA
ResponderEliminara realidade tem camisas de venus
ResponderEliminarTudo é uma mistura química. Químicos em rota de colisão. Uniões e desuniões, fusões e fissões.
ResponderEliminarA grande libertação consiste, como Morrison dizia, em montar a Serpente que é longa, 7 milhas.
Perder os medos. Se bem que se diga que o medo é fulcral para a sobrevivência.
... A "psicologia ética" um nível a ser reavaliado!?
ResponderEliminarA propósito do seu post sobre o PPA.
É a realidade ou a mente que tem véus?
ResponderEliminarsex shop: olha para a camisa: será uma camisa?: vê a árvore caída no chão: será uma árvore?: as folhas ao vento ao longe, nos enormes eucaliptos: serão seres que te acenam?
ResponderEliminarPartido Pelos Alimais
ResponderEliminarHá um execício que faço todos os anos com os meus novos alunos: digo-lhes para descreverem a pessoa de quem menos gostam, ou que mais detestam, tentando incluir na lista todas as qualidades negativas de que se consigam lembrar. E garanto-lhes que serei capaz de adivinhar a que sem se referem. E peço-lhes para deixarem um espaço em branco no início da folha, antes da lista.
ResponderEliminarDepois de ver que as listas estão devidamente preenchidas peço-lhes para escreverem o seguinte no espaço em branco: "eu acredito que tenho as seguintes qualidades negativas, mas o meu professor de filosofia garante-me que estou enganado/a, compromentendo-se a fazer tudo ao longo deste ano lectivo para que eu possa mudar de ideias acerca de mim."
Na prisão tive que adaptar um pouco a coisa, mas deu origem a uma das aulas mais intensas que vivi até hoje.
Luís de Castro: fantástica questão: responderia a mente. A realidade está aí para ser desvelada. A mente é que é incapaz na maioria das vezes por desajuste químico de a ver como ela é: i-lusão. Até a mais feroz fera amansa ante quem assim vê e entra no jogo.
ResponderEliminarPaulo Feitais: também dei aulas numa prisão. Pensei que fosse de psicologia.
ResponderEliminarUm dos meus alunos mais calmos e cordiais estava preso por ter morto à pancada um rapaz. "This is the strangest life I've ever known".
ResponderEliminarPaulo, repito que gostava de ter sido teu aluno. Uma experiência dessas não se esquece e faz de um empregado um Professor-Mestre, que nos abre os olhos para nós mesmos.
ResponderEliminarVou fazer um print screen destes comentários, estou diante duma manifestação interessante do delírio esquizofrénico e da cisão do Eu. "Escrever sozinho" é apenas um modo mais elaborado de "falar sozinho".
ResponderEliminarUma pergunta, porque repetem também comentários na Nova Águia? não chega os textos?
ResponderEliminarFreud, estás a precisar de psicanálise ou és mesmo idiota?...
ResponderEliminar