segunda-feira, 27 de julho de 2009

se procurarmos dentro de um computador não encontramos software, como se procurarmos dentro do corpo não encontramos ideias

14 comentários:

  1. É verdade. Encontramos órgãos, mas não ideias. Tal como num computador encontras hardware e não software.

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  2. O melhor é traficá-los.

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  3. Já vi que o problema não te interessa.

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  4. Qual problema? Só se for teu.

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  5. O problema: onde estão as ideias? Ou: onde está a mente?
    Ou ainda: o que é a mente?

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  6. É material, é corpo ou não? Onde está?

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  7. Já vi que lemos de formas diferentes... Fingidamente.

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  8. Se te procurares não encontras nada.

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  9. Compreendo a tua questão sobre a existência de ideias... É normal que não saibas onde estão.

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  10. Ao contrários dos computadores temos consciência de nós e dos nossos estados mentais. Mas também para essa consciência se põe o problema do post.

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  11. Phineas, o post não põe em causa a existência de ideias mas pergunta pela natureza das mesmas. E quando se diz ideias engloba-se tudo o que é mental.

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  12. Não sei em que país nasce a poesia, a música, a filosofia, a religião; onde se escondem as fadas, os príncipes encantados, os fantasmas, os monstros e todos os seres fantásticos que subsistem para além do tempo na fantasia das gerações. Sei apenas que a minha casa tem tudo isso espalhado pelo chão; que já me custa cumprir as etiquetas das estantes.
    Na verdade visível, o acesso ao mundo é feito pela porta dos sentidos e nada nos indica que dentro da caixa craniana haja qualquer coisa como pensamento, mente ou consciência. A medicina explica-nos o funcionamento biológico do cérebro e suas ligações de poder com a totalidade do corpo mas tem obrigatoriamente que estender a mão à Filosofia, à Psicologia, às Neurociências Cognitivas, à Psicanálise… para tentar justificar o injustificável, ironicamente, elas próprias nascidas desse injustificável.
    Perdemo-nos no deserto das “bossas” frenológicas, do estudo do cérebro, da linguagem, dos delírios dos viajantes… Bem podem os Brocas deste mundo tentar perfurar a grandes profundidades, remexendo no lixo de todas as deformações, doenças e acidentes que não passarão da face externa do que somos. A ciência não consegue comprovar para além do fisicamente comprovável. Compreende a estrutura, a função mas a informação será sempre incompleta. Somos talhantes apenas, bons cortadores de cérebros e estudiosos de lesões, cheios de instrumentos avançadamente rombos, sacrificando sabe-se lá o quê por viagens insanas até à própria imaterialidade cuja compreensão nos está vedada precisamente por sermos corpo. Somos prisão em forma de chave. Abrimos o mundo onde tudo nos é possível, menos nós. E por isso, nos consumimos em irrealidades, acrescentamo-nos geograficamente a novas terras, chafurdamo-nos em todas as cavidades ósseas, exploramos hemisférios, circunvoluções, jardins zoológicos e estrelas em busca de corrente, de sintonia, de sentido… E onde está Deus? Que Deus? Criador, função física ou imaginação? Não sei. Talvez no lado contrário da ciência ou dentro dela, explicando-a. No erro. Na perfeição. Na mente e, por isso, na verdade e na mentira. No corpo. Na ausência. Na energia. No conceito. Em tudo o que existe. Em tudo o que se pensa que existe. Em nada. Mas a saudade diz-me que está na memória de mim. Sei que falei com ele na infância mas desarrumada como sou, não me lembro onde o deixei e desisti-o. Estou certa de que o procurarei na estação terminal do meu cérebro, onde um dia, me esperará… Ou talvez não.

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